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Enviada em: 02/04/2018

A criminalidade é um componente comum nos diversos âmbitos sociais brasileiros, sejam eles favorecidos ou desfavorecidos economicamente. Todavia, a taxa de criminalidade entre jovens é mais acentuada nas parcelas mais pobres da sociedade. Esse fato se deve a uma falha educacional brasileira e à segregação econômica proveniente da má distribuição de renda no país.           Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a crise educacional brasileira se configura como uma falta de planejamento a longo prazo, aspecto que pode ser evidenciado pela aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 241, em 2016, que estabelece um corte de gastos públicos nos setores de base — entre eles o da educação. Dessa forma, depreende-se que a deficiente estrutura desse setor é insuficiente para assegurar a plena educação aos jovens brasileiros. Tal conjuntura tem como consequência o aumento dos índices de criminalidade, uma vez que, de acordo com o filósofo alemão Immanuel Kant: "o homem é aquilo que a educação faz dele.".           Outrossim, ressalta-se que um dos principais reflexos do excludente monopólio elitista do capital nacional é a dificuldade de mobilidade social. Sob esse viés, é necessário salientar que muitos jovens ingressam na criminalidade devido à suposta possibilidade de ascensão social e de compra de bens de consumo. Esse fato denuncia uma segregação econômica brasileira que reflete na incidência de casos de furtos e latrocínios cometidos por jovens hodiernamente. Depreende-se, destarte, que má distribuição de renda do país, principal causadora da segregação econômica, intensifica atos criminosos de cunho econômico.            Torna-se evidente, portanto, que ações de cunho governamental devem ser efetuadas para a resolução da problemática. Mormente, compete ao Ministério da Educação, em posse de verbas disponibilizadas pelo Governo Federal, a estruturação eficiente do setor educacional em todo o país, com o fito de assegurar que os jovens tenham acesso à informação e profissionalização de qualidade. Concomitantemente, cabe ao Governo Federal realizar uma descentralização progressiva do capital nacional, de forma a reduzir a segregação econômica no país e proporcionar a justa concorrência entre os jovens, assegurada, por sua vez, conforme o estabelecimento de uma educação igualitária. Dessa forma, talvez seja possível realizar a redução da taxa de criminalidade entre os jovens brasileiros e fornecer meios para a progressão da equidade no país.