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Enviada em: 08/08/2018

No contexto da redemocratização brasileira, os alicerces do Sistema Único de Saúde (SUS) foram estabelecidos. Dentre eles, convém ressaltar a regionalização, isso é, a expansão dos aparatos de saúde às regiões distantes do eixo econômico urbano. Dessa forma, o índice de mortalidade infantil diminuiu significativamente na primeira década do século XXI. Porém, a partir de 2015, a mortalidade infantil voltou a crescer, o que aponta para a alarmante situação: a fala de investimentos do Estado no SUS está ''sucateando'' a saúde da população e contribuindo com o aumento da mortalidade infantil         Nesse sentido, a elaboração da rede de saúde que oferece remédios, vacinas e assistência médica e social para regiões inóspitas, tais como o sertão nordestino e a região amazônica, foi fundamental para diminuir a taxa de mortalidade infantil. Logo, é de suma importância reconhecer o mérito dos profissionais de saúde que, na 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1988, construíram o SUS. No entanto, diante dos dados que apontam para o crescimento da mortalidade de crianças antes de completarem um ano de idade, é preciso atentar-se à negligência Estatal quanto à consolidação das bases do SUS. Afinal, em 2016 foi aprovado a PEC 241, referida popularmente como ''a PEC da morte'' pois congela por vinte anos os investimentos na área de saúde pública. Ou seja, torna-se evidente o desprezo do Governo brasileiro para com o SUS.           Além disso, outro fator que contribui para o aumento da mortalidade infantil é o fato de que os projetos políticos pedagógicos dos cursos de graduação na área da saúde ainda não incorporaram satisfatoriamente os preceitos do SUS. O que significa que, muitos profissionais estão se formando a esmo da lógica estruturante do sistema de saúde público do país. Assim, acabam por não dedicarem-se às doenças típicas de um país subdesenvolvido, que é o caso do Brasil. De tal maneira que, a desnutrição, a febre amarela, a malária, as verminoses e outras infectologias tropicais, todas exemplos de mazelas que causam a morte de muitas crianças, não são devidamente tratadas.            Portanto, percebe-se que a negligência com o SUS, do Estado e das instituições que formam profissionais de saúde, é causa preponderante do aumento recente da mortalidade infantil. Dessa forma, é de suma necessidade que o Ministério da Educação adicione na base curricular do ensino Médio aulas acerca do processo de formação do SUS, com fim de conscientizar os jovens sobre a importância nacional do sistema de saúde universal. No mesmo sentido, as universidades públicas precisam formar profissionais preparados para atuar na lógica do SUS. Além disso, e principalmente, o Estado brasileiro precisa comprometer-se com a consolidação do SUS, revogando a PEC 241 e disponibilizando verbas. Assim, o povo brasileiro e as crianças terão sua vida assegurada.