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Enviada em: 08/08/2018

De acordo com o renomado sociólogo Gilberto Freyre, o ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças. Nesse sentido, percebe-se que o aumento recente na taxa de mortalidade infantil representa um atraso social que deve ser combatido, visto que este é um problema intimamente ligado à realidade do país. A respeito disso, torna-se evidente a precariedade nos serviços públicos, bem como a baixa qualidade de vida de parcela da população. Com efeito, visando ao enfrentamento do problema, faz-se necessário um debate entre sociedade e Estado acerca da elevação da mortalidade infantil no Brasil. Em primeira análise, é importante sinalizar que serviços essenciais, como o cuidado às gestantes e aos bebês, são oferecidos de forma deficitária pelo poder público. Nesse contexto, sabe-se que a Carta Magna de 1988 garante à população o direito à saúde. No entanto, a falta de leitos em UTIs pediátricas prejudica principalmente a população mais vulnerável, que não tem condições de utilizar a rede privada de saúde. Dessa forma, aumenta-se o risco de recém-nascidos que necessitam de cuidados especiais, como os prematuros, não estão devidamente amparados pelo Estado. Outrossim, é válido salientar que a baixa qualidade de vida de parcela da população é outro fator que eleva o risco de mortalidade infantil no país. Isso se deve, sobretudo, à questões relacionadas com a falta de saneamento básico, de higiene, de educação e de alimentação das gestantes e dos bebês. Sob esse viés, nota-se que locais com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) promovem um déficit na qualidade de vida às gestantes, aumentando, assim, as chances de problemas na gravidez ou nos primeiros meses de vida da criança. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para frear o aumento no número da mortalidade infantil no Brasil. Para que isso ocorra, o Ministério da Saúde deve ampliar o número de leitos em hospitais, por meio de parcerias com o setor privado, com o objetivo de dar maior suporte às gestantes de risco e aos recém-nascidos prematuros, haja vista que os hospitais públicos não comportam a demanda atual. Além disso, o Estado deve ampliar o acesso ao saneamento básico e à educação de qualidade, por meio de investimos nas áreas de infraestrutura e de educação básica, pois as altas taxas de mortalidade estão relacionadas ao baixo IDH da população. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora no problema da mortalidade infantil no Brasil, de forma que as crianças possam crescer com saúde e qualidade de vida.