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Enviada em: 15/08/2018

Crises econômicas começam a mostrar seus efeitos quando estes envolvem as necessidades básicas da população. Foi o que ocorreu na saúde pública brasileira, com o aumento, indicado pelo IBGE em 2016, da mortalidade infantil em 5%, por conta de programas de redução de gastos públicos. Sabendo-se que o maior indicador socioeconômico é o índice de mortes infantis, determina-se assim um retrogresso nas políticas governamentais.         Posto que os países mais carentes, são eles asiáticos e africanos, são os que possuem os maiores índices de mortalidade infantil, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), tal índice mostra-se um medidor de qualidade de vida. De fato, são países com deficiências estruturais e com falta de financiamentos.          Diferentemente do que ocorre em áreas pobres, no Brasil trata-se de uma involução após décadas de queda no indicador. O aumento de 5% da mortalidade infantil é o impacto de políticas mal planejadas e emergenciais em época de crise, haja vista o congelamento de investimentos públicos de 20 anos no campo da saúde e os cortes orçamentários realizados nos anos anteriores a 2016, de acordo com o Ministério da Saúde.         Tais medidas colaboraram para a falta de recursos especialmente na área do pré-natal e para a dificuldade de se manter a qualidade do atendimento, uma vez que o Brasil já conquistou a meta de reduzir em dois terços os indicadores de mortalidade infantil por meio de melhorias em vários aspectos sociais, mas principalmente no acesso à saúde, com base em dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).           Sendo assim, levando-se em conta a responsabilidade governamental para com a saúde pública, é de suma importância que as medidas tomadas – para reestruturação econômica, ou não, em meio a crises – não interfiram nos direitos fundamentais da população. Portanto, faz-se necessário que o poder público invista na qualificação de profissionais da saúde, na implantação de leitos e distribuição de aparatos médicos em vários municípios, a princípio os mais carentes, privilegiando a fase do pré-natal e a vida da futura geração do país.