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Enviada em: 15/08/2018

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado a rolar eternamente uma grande pedra com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que, toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida, invalidando completamente o duro esforço despendido. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta do povo brasileiro contra a taxa de mortalidade infantil no Brasil, e com isso melhorar a sua qualidade de vida. Nesse contexto, durante muitos anos, a população conseguiu um grande avanço na diminuição dessa proporção. Entretanto, esse índice social volta a crescer nos últimos anos, devido à precária assistência médica pública e o egoísmo intrínseco na classe alta da nossa sociedade.       Em primeiro lugar, segundo a constituição federal, a saúde é direito de todos e dever do estado. Consoante Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco”, a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que o estado não oferece uma assistência médica de qualidade, isso fica evidente, na falta de médicos, superlotação dos hospitais, falta de recursos de muitos centros médicos, logo o direito dos cidadãos não está sendo cumprido integralmente, portanto.        Outrossim, segundo Darcy Ribeiro, escritor, antropólogo e político brasileiro, o Brasil, último país a sair da escravidão carrega uma perversividade intrínseca na sua herança, que torna a classe dominante enferma de desigualdade, de descaso, portanto, as classes mais frágeis e que dependem mais do apoio do sistema público, são as que mais sofrem com o desdém das classes dominantes em relação à assistência médica pública, uma vez que as classes elitizadas podem pagar por uma assistência privada de qualidade, esse egoísmo por parte da elite prejudica o progresso da saúde pública nacional, e consequentemente dificulta a redução da mortalidade infantil no país.        Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esses problemas. Com isso o governo federal deve criar um novo imposto e uma taxa social para as pessoas e empresas, e com isso, todo o dinheiro arrecadado com essas ações será repassado ao ministério da saúde, que repassará o montante as áreas e locais mais carentes de recursos, com a finalidade de melhorar a qualidade do sistema público de saúde. Para sanar o problema do desdém da classe alta perante a saúde pública, é necessário, que o ministério da educação insira nas escolas particulares e públicas palestras que demonstrem a importância do convívio em sociedade e integração social, necessários para o aumento da qualidade de vida como a redução do índice de mortalidade infantil. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.