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Enviada em: 18/08/2018

É indubitável que o recente crescimento da taxa de mortalidade infantil no Brasil é um dos principais problemas que acometem o país. Segundo dados da Folha de S. Paulo, em 2016, esse índice sofreu um acréscimo depois de 26 anos seguidos de constante queda. Os grandes responsáveis para isso, além da atual epidemia do vírus da zika, são a baixa infraestrutura de hospitais e a condição de vida precária de considerável parcela da população.       A partir de 1988, com a promulgação da Constituição Federal, criou-se o SUS (Sistema Único de Saúde), rede pública instituída com o objetivo de propiciar aos cidadãos, de maneira universal, o acesso a uma saúde de qualidade. Esse princípio constitucional, no entanto, não tem sido respeitado, na medida em que diversos hospitais dessa rede, devido a uma falta de investimentos governamentais, não obtêm a estrutura necessária para oferecer a gestantes e recém-nascidos um bom atendimento. Um exemplo disso é o ocorrido em Vitória no ano passado, onde uma mulher grávida perdeu sua filha em uma casa de saúde do SUS pois teve que esperar 13 horas após a entrada no trabalho de parto para ser atendida. Destarte, alavancado por casos como esse, o número de mortes de crianças com menos de 1 ano, infelizmente, tende apenas a aumentar, conforme exposto pelo jornal mencionado.       Como se isso não bastasse, outro fator substancial para o agravamento do problema é a condição de vida, extremamente, precária de camadas mais pobres da sociedade. Comunidades mais carentes e marginalizadas não possuem, sequer, saneamento básico, e os indivíduos que moram nesses locais, incluindo, por conseguinte, crianças e bebês, morrem, cotidianamente, por doenças facilmente evitáveis se aqueles pudessem lograr uma vida digna, como, por exemplo, diarreias e pneumonias.       Logo, faz-se necessário que o BNDES, em conjunto com o Ministério da Saúde, por meio do financiamento da construção e melhoria dos hospitais da rede do SUS, propicie à sociedade um atendimento condizente com o previsto nos mandamentos constitucionais, para que, dessa maneira, mulheres gestantes, bebês, recém-nascidos, crianças entre outros, possam usufruir de uma saúde de qualidade. Por fim, é importante que o Ministério das Cidades, por meio da criação de projetos de higienização urbana que visem a instalação de saneamento básico em zonas periféricas que não desfrutam de tal regalia, conceda à população mais pobre uma melhor condição de vida, para que, dessa forma, menos pessoas em âmbito nacional morram por doenças acarretadas pela miséria.