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Enviada em: 24/08/2018

A taxa de mortalidade infantil é uma grande indicadora dos serviços públicos, como saúde e saneamento básico. No Brasil, essa taxa caia desde 1990, quando, em 2016, sofreu um aumento de 5% em relação à 2015, de acordo com dados do IBGE. O sucateamento da saúde pública, com despreparo perante neonatos e ao pré-natal de gestantes, o saneamento básico ainda não universalizado, a desintegração e isolamento persistente de algumas regiões brasileiras e a falta de segurança alimentar, são fatores que contribuem para o aumento da taxa de mortalidade no Brasil, que deve, como prioridade nacional, ser combatida com ações governamentais e sociais.    A saúde e a qualidade de vida da gestante inferem na da criança, e isso é confirmado pelo fato de que os estados que mais obtiveram aumento da taxa foram da Região Norte e Nordeste, que, historicamente, recebe menos atenção governamental e sofre com áreas de alta precariedade. É fato que a alimentação, higiene, saneamento básico e exames ginecológicos são essenciais para a qualidade da gravidez, e o estado deve avaliar de perto as condições de vida da gestante, entretanto, a saúde pública é despreparada quanto ao pré-natal, um recurso não universalizado e que muitas vezes só pode ser acessado em estágio avançados da gravidez ou em gestações de risco.  Após o nascimento, é primordial a garantia da saúde e da segurança alimentar da criança, contudo, nos postos de saúde faltam vacinas e outros recursos, e, com isso, causas de morte evitáveis tem acontecido, como pneumonia e diarreia. Além disso, muitas crianças não têm o aleitamento materno, que é essencial devido ao fato de o leite materno constituir-se de anticorpos e nutrientes essenciais ao neonato. Em compensação à falta do aleitamento, o cuidado com a alimentação da criança deve ser dobrado por parte da família e do estado, entretanto, muitas morrem por desnutrição e desidratação, principalmente em regiões de baixa renda e baixo acesso.    Portanto, são visíveis os inúmeros fatores que contribuem para o aumento da mortalidade infantil. Primordialmente, o estado deve garantir a qualidade da gestação, criando um programa nacional de inclusão de mulheres de baixa e média renda em centros de exames neo-natal e assistência social, que devem ser construídos nas principais microrregiões, e as mulheres de demais cidades devem ser transportadas com veículo público e gratuito para esses centros. Além disso, um programa de incentivo à vacinação infantil e ao aleitamento materno deve ser feito com a parceria dos governos estaduais e os principais meios midiáticos, explicitando a necessidade da nutrição adequada do neonato. Com isso, será possível diminuir os riscos da gestação, e garantir um maior controle do pós-nascimento por parte do estado, e,com isso, uma diminuição das taxas de mortalidade.