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Enviada em: 29/08/2018

Antes de a revolução médico-sanitária se disseminar, pelo Brasil, no decorrer do século XX, era comum utilizar a expressão "vingou" para crianças que ultrapassassem a primeira infância, haja vista a quantidade de óbito delas. Conquanto esse fenômeno tenha reduzido, a mortalidade infantil persiste como desafio, aumentando nos últimos dois anos, devido à precária infraestrutura do sistema de saúde e a deficitária rede de saneamento básico.              De princípio, é fulcral salientar a importância do acompanhamento pré-natal e neo-natal para a saúde do recém-nascido. Não obstante trate de cuidados simples, essa assistência é básica para o diagnóstico e tratamento de diversas doenças, como sarampo, caxumba e catapora. Entretanto, muitas grávidas e bebês não têm acesso a esse acompanhamento, pela falta de unidades de saúde pública próximas a eles e recursos para bancar auxílios pelo setor privado, contribuindo para o aumento da mortalidade infantil.             Concomitantemente, o saneamento básico é um elemento importante para o combate ao problema. Imortalizado por Monteiro Lobato, o personagem Jeca Tatu explicita essa situação, pois é aparentemente alheio à vida, mas verdadeiramente sofre de ancilostomose, devido às precárias condições higiênicas de onde vivia. Dessarte, tendo em vista a baixa imunidade, bebês de até um ano são muito mais suscetíveis a essas doenças, que têm como profilaxia maior limpeza dos ambientes.                  Diante do exposto, o aumento do óbito de bebês na primeira infância é um obstáculo para o Brasil, sendo imprescindível seu combate. Para tanto, é necessário que o Ministério da Saúde, juntamente às prefeituras, realize o mapeamento de áreas com escassez de serviços de saúde pública e consequente envio de médicos da família para esses locais, visando proporcionar o mínimo de acompanhamento às grávidas e recém-nascidos. Consoante a isso, cabe ao Ministério das Cidades, em parceria a bancos de desenvolvimento, o incentivo à melhoria do saneamento básico urbano, mediante empréstimos para obras, objetivando diminuir a incidência de doenças cuja profilaxia esteja ligada à higiene. Dessa maneira, a sociedade brasileira conseguirá transcender a barreira imposta pela mortalidade infantil.