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Enviada em: 07/10/2018

Para o filósofo escocês Hume, a noção de causa e efeito é uma produção do ser humano que tem o fito de ordenar o que é desordenado. Dessa maneira, é possível relacionar o conceito anteriormente citado com a falta de políticas públicas assistencialistas estruturadas adequadamente e as desigualdades sociais históricas do país se estabelecendo como causas do seguinte efeito: o recente crescimento das taxas de mortalidade infantil do Brasil.       No Brasil do século XIX, terra era sinônimo de riqueza e status. Com a Lei de Terras (1850), a posse de propriedade passa a ser possível apenas pela compra, o que configurou a concentração de renda e fundiária que se estende até os dias atuais. Assim, há a criação de uma estrutura de dois grupos: um de alta e um de baixa renda. Nesse sentido, as famílias pobres, frutos da má distribuição de riqueza nacional, são as que mais sofrem com a falta de investimentos e/ou cortes nas políticas públicas sociais, e dentro delas, a população mais vulnerável e que mais precisa de amparo também é a mais atingida: os bebês com menos de um ano de idade.            Na perspectiva do que foi discutido no parágrafo anterior, é importante ressaltar o retorno da ascensão dos índices de mortalidade infantil nacionalmente, que segundo o Ministério da Saúde, não registrava crescimento desde 1990. As causas desse efeito são a retirada de verbas de programas específicos como o Rede Cegonha, que acompanhava as gestantes na gestação, no parto e no pós-parto, evitando a morte de crianças por falta de suporte, e o Bolsa Família, que dava subsídio às famílias pobres para alimentarem adequadamente seus filhos e se locomoverem para os postos de saúde vacinarem, além do retorno de óbitos evitáveis em crianças motivados por doenças e infecções devido a falta de saneamento básico, o que caracteriza um quadro de descaso e descuido dos direitos do povo ao comprometer a saúde e a qualidade de vida dos futuros pupilos brasileiros.              Destarte, é necessário que o Estado, a partir do retorno de direcionamento de verbas, fomente os investimentos e reative os programas de assistência social, para que os pais brasileiros, principalmente das famílias mais pobres, consigam ter apoio e recursos para terem uma gestação saudável e para cuidarem dos bebês apropriadamente, o que contribuirá para a diminuição da mortalidade infantil no Brasil. Além disso, que o Estado, por meio de decretos nacionais, oriente as prefeituras a ampliarem e melhorarem a rede de saneamento básico de todos os bairros, a fim de reduzir também os índices de óbito infantil  a partir do acesso à água tratada. Mediante essas ações, espera-se que o efeito seja a longevidade e a saúde infantil no país.