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Enviada em: 08/10/2018

Desde 1891, com a primeira constituição republicana, o Brasil vive a expectativa de uma democracia preconizadora do bem-estar coletivo. Entretanto, no país, o aumento da taxa de mortalidade infantil vai contra esse anseio, ao passo que demonstra a deficiência de diversos serviços públicos, como saneamento básico, sistema de saúde, entre outros. Desse modo, deve-se analisar o processo de urbanização brasileiro, como também a postura do estado frente à problemática.     A priori, o conturbado histórico de crescimento das cidades brasileira corrobora para o problema. À vista disso, em consonância com a obra "Urbanização Brasileira", o geógrafo Milton Santos referencia que essa expansão ocorreu, primordialmente, sob interesses corporativistas devoradores do patrimônio coletivo. Sendo assim, diversos serviços públicos deixaram de receber recursos para o pleno desenvolvimento do seu ofício para os brasileiros. Nesse viés, cabe apontar a carência de saneamento básico, indisponibilidade de remédios e vacinas, como também um sistema de saúde incapaz de oferecer assistência para todos os recém-nascidos. Dessa maneira, observa-se que a falta de investimento nos serviços sociais funcionam como um catalisador em uma reação química, ou seja facilitando a formação do produto que nesse caso é a mortalidade infantil.      A posteriori, conforme a expressão de Hannah Arendt, "A banalidade do mal", o pior mal é aquele que é visto como algo corriqueiro e cotidiano. Dessa forma, ao observar-se a ascendência da taxa de mortalidade infantil, percebe-se que o pensamento da teórica alemã é constato tanto na teoria quanto na prática. Visto que, segundo o Ministério da Saúde o país apresentou alta na taxa: foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016, um aumento de 4,8% em relação a 2015, quando 13,3 mortes foram registradas. Desse modo, é nítido a ineficiência do Estado frente a problemática, à medida que 14 mães a cada mil perdem seus filhos antes deles completarem um ano de idade.   Destarte, para alcançar o bem-estar almejado desde a primeira constituição republicana, é imprescindível parar a ascensão da taxa de mortalidade infantil. Portanto, é necessário que o Ministério da Saúde junto ao Ministério do Desenvolvimento Social, através do Fundo Nacional de Assistência Social, criem um projeto para a problemática supracitada o qual deve consistir em ações que melhorem os serviços públicos, como também assistência para as grávidas. Assim sendo, tal projeto deve garantir o saneamento básico para toda população promovendo maior qualidade de vida, como também investir na infraestrutura dos hospitais e no sistema único de saúde, a fim de garantir um bom atendimento e que não falte remédios e nem vacinas. Ademais, as grávidas devem ter um acompanhamento médico especifico e gratuito, para que possa ter uma gravidez saudável, reduzindo assim a mortalidade infantil.