De 2000 até o ano de 2015, o Brasil conseguiu reduzir fortemente a mortalidade infantil. O avanço veio com a melhora na assistência durante o pré-natal e o aumento da cobertura de vacinação das crianças recém-nascidas. Entretanto, houve um aumento nos índices, nos últimos 3 anos, provocados pelo retrocesso nesses fatores que envolvem a qualidade da saúde pública. Dessa forma, é preciso que a política nacional invista em ações focadas no combate às causas do aumento da taxa de mortalidade infantil no país. Inicialmente, deve-se evidenciar que o aumento dos índices de mortalidade infantil no Brasil está relacionado com a crise no sistema público de saúde, assim como, com a redução da taxa de vacinação. De acordo com os dados do IBGE, o número de mortes a cada mil nascidos estava em queda desde o ano 2000, porém passou de 13,3 para 14 em 2016, ano em que foi aprovado o congelamento de investimentos públicos em saúde por 20 anos. Consequentemente, os problemas como, a precariedade na infraestrutura dos hospitais e falta de profissionais na área de saúde agravaram-se e, além disso, os baixos índices de vacinação contra a poliomielite em 312 cidades provocaram um alerta do Ministério da Saúde. Dessa maneira, é necessário reverter a política de investimentos na área de saúde para reduzir as taxas de mortalidade. Ademais, é importante ressaltar que a recessão econômica colaborou com o crescimento dos números de letalidade infantil. Dados recentes do IBGE indicam que a pobreza extrema avançou 11,2%, atingindo 15 milhões de pessoas em 2017, ou seja, a falta de segurança alimentar, nutricional, acesso à saúde e ao saneamento básico atingiram milhares de famílias. Segundo o Ministério da Saúde, as principais causas de morte entre as crianças mais pobres são diarreia, desnutrição e infecções respiratórias agudas, logo, a situação econômica do país impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas, principalmente nos primeiros anos de vida das crianças. Sendo assim, os índices de mortalidade infantil retornarão a diminuir conforme a economia volte a crescer, com geração de emprego e renda para as famílias. Destarte, a fim de frear o aumento dos índices de mortalidade infantil no país, o Governo Federal e o Ministério da Saúde devem modificar a política de investimentos em saúde, por intermédio de ações que possibilitem levar a vacinação, o pré-natal, acompanhamento do pós-parto e orientações às famílias que vivem em regiões de risco. Além disso, o Governo Federal deve manter a assistência da população necessitada, por meio dos programas sociais para controlar os impactos da crise econômica na letalidade infantil. Assim, o Brasil conseguirá modificar essa realidade social.