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Enviada em: 23/07/2018

O avanço da medicina foi responsável pelo descobrimento e o desenvolvimento de diversos medicamentos, os quais são de extrema importância para a saúde da sociedade. No entanto, o uso indiscriminado dessas substâncias pode acarretar diversos problemas para o usuário, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 70% dos brasileiros se automedicam. Nesse sentido, é essencial levantar alguns entraves que acarretam essa má atitude, como a dificuldade em receber atendimento médico, a qual leva a busca de vias alternativas, e da banalização da automedicação.   Em primeiro lugar, é válido ressaltar a negligência governamental frente ao atendimento da população no Sistema Único de Saúde, segundo dados do Datafolha, 55% dos usuários esperam até 6 meses para serem atendidos. Sob essa ótica, devido a essa longa demora, os pacientes acabam procurando outras formas para a resolução de seus problemas, como a utilização de ferramentas de pesquisas na internet, sendo as mais utilizadas  o 'Google' e o 'Youtube'. De maneira rápida e simples, o internauta tem acesso a centenas de páginas que indicam diversos sintomas e remédios à serem utilizados. Desse modo, o cidadão obtém informações nem sempre corretas e fundamentadas por um profissional de saúde capacitado e, assim, acabam criando o seu próprio diagnóstico e se automedicando.   Por conseguinte, o contraste entre a dificuldade de um atendimento médico e a facilidade em pesquisar sobre sua possível doença na internet, leva a pessoa a criar o péssimo hábito de cada vez mais se automedicar. De acordo com uma reportagem da TV Band, 65% dos brasileiros pesquisam sobre um possível medicamento antes mesmo de tentar marcar alguma consulta médica. Nesse contexto, devido a esse hábito, a população acaba banalizando a utilização de diversos remédios, os quais podem trazer grandes riscos à saúde da pessoa, seja pelo consumo de um medicamento errado, ou por uma superdosagem. Conforme uma pesquisa da OMS, 10% das internações no mundo são motivadas pela automedicação. Logo, fica ainda mais claro o perigo que essa atitude pode causar.   Fica evidente, portanto, a necessidade de uma intervenção dos poderes públicos e da sociedade civil. Cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com a Anvisa diminuir a filas e a dificuldade da população em receber o devido atendimento médico pelo SUS, a partir de convênios com hospitais particulares, que irão disponibilizar mais opções para um atendimento adequado, para que não haja a necessidade do paciente procurar na internet. Por fim, cabe à Agência Nacional da Saúde, em parceria com a Abifarma decretarem o mês de abril, por ter o dia mundial da saúde, como o mês contra a automedicação, intensificando nesse mês palestras em praças públicas e propagandas na televisão alertando sobre os perigos da automedicação, para que o cidadão elimine de vez esse péssimo hábito.