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Enviada em: 07/07/2018

Alexander Fleming no século XX, ao descobrir a penicilina mudou a forma como as doenças eram encarradas pela sociedade, sendo, posteriormente, os remédios criados para curar enfermidades e proporcionar bem-estar aos indivíduos. No entanto, hodiernamente, a problemática relacionada a automedicação, haja vista a precariedade do sistema de saúde pública do país, bem como a desinformação social vão de encontro a finalidade da criação de medicamentos, configurando-se como um grave problema de saúde pública. Nesse viés, convém analisar as vertentes que englobam essa inadmissível realidade.             Em primeiro plano, é indubitável que a automedicação evidencia a fragilidade do sistema público de saúde do país. Isso porque, conforme afirma o sociólogo Zygmunt Bauman, na obra "Modernidade Líquida", algumas instituições (dentre elas o Estado) perderam a sua função social, mas conservaram sua forma a qualquer custo. De fato, a dificuldade de acesso a consultas médicas básicas em postos de saúde, os quais, muitas vezes, se encontram sobrecarregados e em péssimas condições estimulam os indivíduos que, com certa praticidade, fazem o uso de medicamentos sem orientação adequada. Assim, torna-se cristalino que a ausência de uma conjuntura de saúde nacional que atenda a demanda populacional  corrobora para o uso indiscriminado de medicamentos.            Outrossim, vale ressaltar também que a administração irrestrita de remédios está intimamente relacionada com a falta de informação da sociedade. Nesse aspecto, o médico e físico medieval Paracelso já debatia que a única diferença entre o produto que cura e o veneno é a dose administrada. Nesse contexto, é factível que o uso cotidiano de medicamentos responsáveis por amenizar as dores, ante uma população ignorante, como anti-inflamatórios e antibióticos em porções inadequadas pode acarretar consequências nocivas aos indivíduos, desde pequenas alergias e irritações até mesmo dependência e o favorecimento das chamadas superbactérias.           Á vista de tais preceitos, a automedicação no Brasil revela-se como uma chaga social que demanda imediata resolução. Para que se reverta esse cenário problemático, portanto, fica a cargo do Ministério da Saúde reestruturar os postos de atendimento em regiões onde há elevada demanda, por meio da efetivação do maior número de funcionários, a exemplo, o programa "Mais médicos", a fim de estimular a população na busca por consultas para o uso de medicamentos. Ademais, é indispensável a atuação do Ministério da Educação, por meio de debates e diálogos nas aulas de biologia do Ensino Médio sobre o tema, com o objetivo de formar uma visão crítica nos alunos acerca das consequências nocivas da automedicação e, para que os mesmos levem tal aprendizado e influenciem o meio familiar.