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Enviada em: 10/07/2018

No século XX, o biólogo inglês Alexander Fleming encontrou, por acaso, a penicilina, um antibiótico para deter bactérias causadoras de doenças. Não obstante, hodiernamente, apesar dessa descoberta, a constante automedicação dos pacientes, seja pela precariedade do sistema de saúde pública, seja pela falta de informação dos indivíduos contribuem para a fragilidade do bem-estar da população.  Assim deve-se discutir as vertentes que englobam essa realidade no Brasil.        Em uma primeira análise, é factível que a fragilidade da saúde pública, caracteriza-se como impulsionadora da automedicação na sociedade. Nesse sentido, parafraseando o filósofo Aristóteles, as políticas sociais devem ser usadas, de modo que, por meio dos direitos invioláveis, como a saúde, o equilíbrio seja alcançado. Entretanto, a falta de uma infraestrutura eficiente nos hospitais e postos de saúde públicos, em decorrência da carência de profissionais, demora no atendimento e ambientes precários, contribui, dessa maneira, para que uma parcela da população adquira sem prescrição médica diferentes fármacos incorretamente. Á vista de tal contexto, percebe-se o quanto a escolha própria por medicamentos está relacionado ao desequilíbrio no direito a saúde dos indivíduos.       Outrossim, é valido ressaltar que a falta de informação da população acerca dos malefícios dessas ações corrobora para os obstáculos da automedicação. De acordo com o sociólogo Émille Durkheim, o indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido. Sob esse prisma, através da desinformação da população, bem como da disposição facilitada de diferentes remédios em sites e farmácias, influência para que muitos pacientes adquiram diagnósticos equivocados, o que repercute, de acordo com o princípio da seleção natural, na seletividade de superbactérias e, consequentemente, difícil eliminação da doença. Tal realidade, ratifica-se no levantamento da Organização Mundial da Saúde, em que 10% das internações são ocasionadas por automedicação errônea.        É imperativo, portanto, medidas enérgicas no controle desse empecilho na sociedade. A priori, cabe ao Governo um maior investimento em setores da saúde, a exemplo, melhorando a estrutura de atendimento, por intermédio da contratação de mais agentes públicos, bem como ampliar as redes hospitalares em diversas regiões, a fim de proporcionar maior acessibilidade ao direito a saúde. Acrecido a isso, passa a ser função da ANVISA, uma maior fiscalização nas farmácias e sites, por meio de multas rigorosas, assim como, juntamente com o Ministério da Educação, divulgar, por meio de palestras e debates nos meios educacionais e na própria sociedade instruções sólidas acerca dos riscos proporcionados pela medicação sem orientação de especialistas.