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Enviada em: 08/09/2018

No Brasil, no limiar do século XXI, infelizmente, cultiva-se a ideia de que os remédios caseiros; as indicações de amigos; o próprio hábito de se automedicar são ofensivos à saúde. Isso se deve, principalmente, ao fato de que nossos ancestrais, devido à ausência de conhecimento médico, usavam as plantas, ditas medicinais, para uso fármaco. Entretanto, apesar da automedicação ser considerada uma solução, muitas vezes, pode acarretar outras consequências.     É relevante abordar, primeiramente, que a automedicação é uma prática cultural. Ela teve origem origem no país no período colonial, em plena colonização portuguesa, era uma época em que a saúde ficava "nas mãos" dos boticários, que prescreviam receitas sem ter uma base científica para a população. No entanto, séculos depois, muitos brasileiros se dirigem diretamente às farmácias para solucionar problemas de saúde, como dores de cabeça e crises de pressão arterial. Em detrimento dessa questão, há muitos agravantes. As intoxicações primárias são as primeiras consequências. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 29% dos óbitos ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação automedicamentosa, entre elas, a provocada pela automedicação.     Outrossim, o uso indiscriminado de antibióticos pode provocar o surgimento das superbactérias, que vão ficando mais resistentes conforme a pessoa toma o remédio errado. De acordo com as orientações neodarwinistas, elas são capazes de selecionar a bactéria mais resistente e dificultar o tratamento da doença. Tal processo ocorreu com a bactéria KPC, que passou pelo processo de seleção natural e hoje se mostra um dos mais graves patógenos presentes no ambiente hospitalar. Dessa forma, é notório que essa prática contribui para o aparecimento desses seres que possuem força bastante para matar as pessoas.     Destarte, a questão cultural corrobora para o entrave, levando até a óbitos da população. Assim, é crucial que as instituições de ensino realizem debates sobre a temática, com discussões entre os alunos, expondo o perigo dessa prática cultural, com o intuito de eliminá-la. Ademais, é fundamental, que o Ministério da Saúde em parceria com o Estado, invista em campanhas nos hospitais, por meio de cartazes nesses lugares, além de distribuir panfletos aos pacientes, mostrando todos os riscos, a fim de conscientizá-los sobres as consequências. Dessa maneira, diminuirá o número de mortes por conta de intoxicação medicamentosa e superbactérias, causadas, principalmente, pela automedicação.