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Enviada em: 25/08/2018

Tomou, a dor sumiu. Esse é o slogan de várias empresas farmacológicas que para vender seus produtos, associam o alívio das dores à curta ação dos medicamentos. Nesse sentido, milhares de brasileiros, nessa era capitalista, utilizam tais produtos devido o imediatismo e a praticidade que eles proporcionam. No entanto, a variedade e acessibilidade de medicamentos sem a devida orientação médica somado a uma cultura da automedicação latente no país, tem gerado consequências graves à saúde dos dos cidadãos.    Convém ressaltar, a princípio, que o acesso a medicamentos sem a prescrição médica tem sido responsável , segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), por cerca de 10% das internações hospitalares. Nesse viés, um dos fatores para esse aumento de "medicalizados" é que, em pleno século XXI, a facilidade de adquirir medicamentos tornou-se mais acessível que às próprias consultas médicas. Isso pode ser comprovado, quando se menciona a filas existentes para marcar consultas em postos de saúde pública chegando, em alguns casos, segundo a BBC Brasil, a ter uma espera de mais de 3 anos. Dessa forma, o indivíduo sem a devida orientação, consome medicamentos para aliviar as dores de forma indiscriminada e por tempo prolongado aumentando a chances de sofrer intoxicações e dependência química  em decorrência do uso.     Outrossim, a existência da cultura do "achismo", ou seja, de indivíduos que se autodiagnosticam é alarmante.  Cultura que é vista desde a Idade Média, no qual os cidadãos medicavam-se com plantas que eram mais parecidas com os órgãos humanos. Nesse sentido, na contemporaneidade, esse comportamento é potencializado com o aumento de propagandas de produtos, em detrimento das tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação. Nesse contexto, com a ausência de uma orientação, os indivíduos que se automedicam não conscientizam-se de que o alívio dos sintomas naquele momento da ingestão, nem sempre significa um tratamento adequado.      Portanto, percebe-se que para haver uma diminuição no número de indivíduos que se automedicam, é necessário investimentos na área da saúde bem como no controle de remédios mais utilizados pela população . Para tanto, o Governo Federal deveria, através de subsídios, ampliar marcações de consultas on-line ou por telefone para amenizar as filas existentes no Sistema único de saúde. Além disso, cabe ao  Ministério da saúde fazer campanhas através da mídia sobre os perigos  do autodiagnóstico como forma superar essa cultura no Brasil, bem como promover o controle de certos medicamentos mais utilizados pela população. Pois, dessa maneira, com a prescrição certa, o individuo terá uma melhora na qualidade de vida e a dor iria realmente ser tratada.