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Enviada em: 24/08/2018

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, todo membro da família humana tem direito à vida. Esse direito, entretanto, tornou-se violado no século XXI com a cultura da automedicação. Diante disso, a influência do marketing de remédios é a causa direta para essa questão, bem como a falta de consulta em especialistas contribui para agravá-la ainda mais.   Primeiramente, a associação de medicamentos com celebridades nas propagandas é determinante para a prática do automedicar-se e tem seu início com o fácil acesso em drogarias e supermercados. Isso ocorre devido à apresentação dos medicamentos pela indústria farmacêutica ao público não especializado, como é flagrado nos comerciais de TV, utilizando duplas sertanejas as quais incentivam a população a comprar e usar por conta própria analgésicos, antitérmicos etc. Contudo, a automedicação responsável é econômica e ajuda o sistema de saúde como um todo, quando um farmacêutico pode intermediar a relação entre pacientes e médicos. Desse modo, o uso irracional de remédios incentivado pelo marketing deve ser, indiscutivelmente, proibido ao público leigo, pois eles mostram-se perigosos se não forem supervisionados por profissionais.   Não bastasse isso, a infrequente busca por informação médica também contribui para educar as pessoas a utilizarem medicamentos de maneira imprópria. Nesse sentido, na era da informação, explicada por Zygmunt Bauman em sua obra ''Tempos Líquidos'', há uma infinidade de pessoas com acesso à internet e que em uma rápida busca obtêm conhecimentos sobre sintomas, indicações e bulas de remédios. Todavia, muitos não se atentam aos riscos de que uma medicação sem prescrição médica e o seu uso abusivo pode levar ao desenvolvimento de doenças ou intoxicação, segundo especialistas. Logo, é urgente que a sociedade reflita sobre a medicação indiscriminada, visto que essa compromete, sem dúvidas, a preservação da vida humana.   Por tudo isso, as empresas midiáticas devem substituir propagandas ao público não especializado por campanhas conscientizadoras, por meio de divulgações de sistemas que atendem dúvidas sobre saúde e medicamentos como o ''Disque Saúde'' da Ouvidoria Geral do SUS em todos os veículos de informação, objetivando estimular a automedicação correta e segura. Ademais, cabe o Ministério da Saúde criar aplicativos com médicos disponíveis, com o apoio de empresas de grande porte no investimento, a fim de atender virtualmente casos simples como dores de cabeça, cólicas e inflamações, refletindo, assim, em uma sociedade que preserva a saúde pública.