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Enviada em: 29/08/2018

É possível afirmar que a automedicação não é um fenômeno recente. Já em momentos anteriores a descoberta do Brasil, os nativos utilizavam produtos extraídos da natureza para tratar as enfermidades. O conhecimento sobre os medicamentos naturais eram passados por geração e indicados por aqueles que sabiam manipulá-los, construindo um cenário de ajuda mútua. Entretanto, no século XXI, a automedicação se tornou um dos principais desafios enfrentados por vários países, inclusive o Brasil. Dessa forma, mesmo diante dos riscos que oferecem, o uso de medicamentos sem a prescrição médica ocorre com frequência, seja pelo desejo de economia, seja pela oferta de alívio rápido.   Em primeira análise, é preciso considerar que grande parcela dos brasileiros possuem baixa renda ou estão em situação de pobreza. Sendo assim, ao surgir os sintomas, esses sujeitos se automedicam para evitar gastos financeiros com a consulta médica. Contudo, essas atitudes são perigosas, uma vez que se baseiam apenas no senso comum e desconhecem os riscos farmacológicos, o que pode desencadear reações alérgicas e facilitar o aumento da resistência de micro-organismos. Logo, essa situação inadmissível, além de marginalizar as camadas de menor poder aquisitivo, se tornou uma prática frequente, já que 70% do brasileiros se automedicam, como apontam os estudos realizados pelo site G1.   Em segunda análise, há uma banalização da medicação na sociedade atual. Deste modo, a população usa indiscriminadamente os medicamentos, sem pensar nas consequências graves que serão geradas, para obter alívio imediato. Sendo assim, esse processo que salta a etapa da consulta médica, tem por finalidade o fim dos indesejáveis sintomas o mais rápido possível. Porém, esse cenário necessita de reformas, posto que, pesquisas divulgadas pela Associação de Indústrias Farmacêuticas, apontam que a automedicação já responsável por 20 mil mortes anuais no Brasil.   Diante dos fatos supracitados, é essencial que o Ministério da Saúde oferte uma saúde eficiente às parcelas marginalizadas. Para isso, é preciso que, através da arrecadação de impostos pela Receita Federal, aperfeiçoe o Sistema Único, com a criação de PSFs e farmácias populares onde ainda não é disponível de fato. Desta maneira, objetiva-se que o quesito econômico não seja um fator que influencie a automedicação. Aliado a isso, é importante também que os programas televisivos utilizem o seu poder de alcance para tornar a população crítica quanto à situação, por meio de propagandas protagonizadas por médicos especialistas que divulguem as consequências do uso de medicamentos sem a devida prescrição. Assim, espera-se que, em um futuro próximo, a automedicação deixe de ser uma prática tão frequente no Brasil.