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Enviada em: 30/08/2018

No século XX, a penicilina, antibiótico feito com fungos, foi criada e ajudou a combater diversas bacterioses. Entretanto, o uso indiscriminado desses pode acarretar o aparecimento das superbactérias. Em decorrência de uma herança histórica, a automedicação está presente na cultura do brasileiro. Dessa forma, essa prática pode ser prejudicial à saúde pública e do indivíduo, caso não haja maior regulamentação.       Em primeiro lugar, o Brasil é líder em automedicação, segundo reportagem vinculada à Revista Encontro(2017). Isso é justificado por diversos motivos, como a dificuldade de se obter atendimento médico e o uso irrestrito da internet, cujas pessoas dispensam a consulta com um especialista. Nesse contexto, a medicação sem uma adequada orientação de um profissional da área se configura uma chaga social, uma vez que do ponto de vista da fisiologia humana é negativo para a saúde do indivíduo, já que pode causar intoxicação ou levar à outras doenças, o que impacta diretamente a saúde pública, ao onerar o Estado. Portanto, é preciso criar mecanismos para maior regulamentação das leis.               Outrossim, apesar de haver fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(ANVISA) quanto à comercialização de remédios, ainda não há regulamentação para o uso de certos medicamentos, o que leva à maior facilidade de acesso. Desse modo, a automedicação pode mascarar a doença e torná-la ainda mais resistente. Por conseguinte, há um aumento dos gastos públicos com serviços básicos de saúde, uma vez que há uma elevação no número de pacientes com doenças novas, o que impacta diretamente os cofres nacionais. Destarte, é preciso garantir que não haja uma anomia social, definida pelo sociólogo Émile Durkheim como a ausência ou mal funcionamento das leis, para modificar essa prática.                    Para atenuar essa realidade, o Ministério da Saúde, por meio da ANVISA, deve captar recursos para ampliar e qualificar seu corpo técnico, com o intuito de regulamentar o uso de todos os medicamentos e ampliar a fiscalização das normas existentes, além de capacitar os farmacêuticos e profissionais da área da saúde, por meio de palestras e cursos, com objetivo de torná-los capazes de medicar alguns remédios e, por conseguinte, reduzir os custos com atendimento de pacientes automedicados. Ademais, é imprescindível que o Estado, por meio do Ministério da Educação, aliado a instituição familiar, proporcione educação de qualidade a todos, voltado para a conscientização sobre os riscos dessa prática tão comum no país, através de diálogos, palestras e discussões nas escolas e nas comunidades, para que seja plausível minimizar as consequências da automedicação no Brasil.