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Enviada em: 05/09/2018

Na Constituição Federal de 1988 está previsto que é dever do Estado garantir a saúde mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doenças. Em oposição a tal preceito, vê-se que, no Brasil, tem-se discutido sobre a automedicação e seus desafios. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados: a precariedade do sistema de saúde e a geração de impulsividade e problemas maiores a longo prazo; o que sugere a urgência de medidas intervencionais.       Em primeira análise, cabe pontuar que a fragilidade do sistema de saúde brasileiro contribui para a automedicação. Comprova-se isso por meio de observação da dificuldade no acesso à uma consulta médica, o que desmotiva a população e torna a automedicação uma realidade. É importante ressaltar que, outros fatores colaboram, ainda mais, para esse cenário, como a venda livre de medicamentos para o tratamento de dores domésticas, por exemplo, anti-inflamatórios, anti-alérgicos e analgésicos, que podem causar intoxicação medicamentosa. Portanto, nota-se a necessidade do esclarecimento da população sobre os prejuízos com a longevidade da qualidade de vida ao se adotar o hábito do uso indiscriminado de medicamentos.       Ademais, convém frisar que essa prática gera impulsividade e problemas maiores a longo prazo. Entre as principais críticas da série de tv americana "Dr House" é a automedicação. No seriado, o médico infectologista Dr Gregory House é viciado em um medicamento que diminui suas dores musculares, em contrapartida, sua função no hospital é descobrir os malefícios desse hábito em seus pacientes e os problemas a longo prazo. Apesar de ser uma ficção, os fatos apresentados não se distanciam da realidade, o que propicia o agravamento de doenças, como é o caso do aparecimento de bactérias super resistentes que é resultado do uso indevido de antibióticos. Destarte, é notório a importância de medidas intervencionais.       Diante do exposto, para que a saúde seja, de fato, assegurada na prática como prevê a Constituição é necessária a ação conjunta de atores sociais. Dessa maneira, as mídias podem atuar de forma influenciadora na questão, de forma que propagandas publicitárias sejam disponibilizadas na internet e na televisão, sob uma narrativa que exponha os malefícios da automedicação para a saúde pública, a fim de amenizar os riscos desse cenário.