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Enviada em: 06/09/2018

Automedicação: a prática que pode levar à morte       A dor é inevitável. A experiência, no entanto, demonstra que a sociedade não se resigna a este pressuposto. Como exemplo, pode-se citar a prática recorrente de automedicação, que, em grande medida, ocorre como forma de inibir um incômodo físico que se sente. A naturalização desse comportamento, todavia, deve ser rechaçada, porque tal tendência pode gerar consequências nocivas.        Em primeiro lugar, convém ressaltar que, em princípio, a produção de fármaco é algo benéfico, pois são produtos essenciais à restituição da saúde ou, em casos mais críticos, ao prolongamento da vida em condições menos penosas, tal como se observa no uso de compostos antirretrovirais.       A despeito dos evidentes benefícios introduzidos pelos medicamentos, não se deve, contudo, utilizá-los de modo irresponsável, desconsiderando-se os riscos inerentes à sua ingestão inadequada. O hábito de automedicar-se, por exemplo, já constitui a principal causa de internação por intoxicação no país, causando, em 2012, 8 mil mortes, conforme dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológico Instituto de Ciência e Tecnologia.        É fundamental, portanto, combater a cultura de automedicação que se instaurou na sociedade brasileira. Para tanto, a população necessita ser conscientizada das graves consequências que essa prática pode produzir. Assim, cabe ao Ministério da Saúde, por meio da Anvisa, definir que as empresas farmacêuticas produzam modelos de bulas com conteúdo e forma mais didáticos, facilitando sua compreensão pela população. Por outro lado, é oportuno utilizar as equipes de Saúde da Família, que já compõem o SUS e realizam visitas programadas nas residências, para orientar o consumo adequado dos medicamentos.