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Enviada em: 01/10/2018

Em busca da conscientização   Desde o período colonial que a população brasileira aderiu ao hábito da automedicação, esse costume vai desde o chá de ervas, casca de madeiras até os medicamentos da indústria farmacêutica. Entretanto, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o problema não está em tentar contornar uma dor com um remédio, e sim tomá-lo sem a prescrição médica. Nesse sentido, surge a problemática da influência de pessoas próximas, e o imediatismo enraizado em nossa sociedade.    A princípio, é notório que as correntes de indicação de medicamentos estão entre as principais causas do problema. Isso acontece porque muitas pessoas acreditam, erroneamente, que um remédio que aliviou a dor ou mal estar da vizinha, fará o mesmo efeito em qualquer indivíduo. Segundo o médico Dráuzio Varella, a ingestão de medicamentos sem a indicação de um profissional pode dificultar, mais à frente, o tratamento da doença. Com efeito, corre -se o risco de reação química indesejada, intoxicação, seleção natural de vírus e bactérias, e até a morte.    Paralelamente, a busca imediata por fitoterápicos e analgésicos, ganham destaque na cristalização do problema. Essa questão de saúde pública acontece porque a sociedade moderna convive com o tempo programado, seja ao conciliar trabalho e estudo, seja com a rotina de cuidar da casa e dos filhos. Nesse contexto, a opção por um remédio que a amiga carrega na bolsa ou ir na farmácia mais próximo, torna-se a opção mais fácil, visto que uma consulta médica vai demandar tempo e dinheiro a quem não consegue acrescentar mais nada na agenda diária. Em decorrência disso, nota-se uma população que busca a solução imediata de um problema que, muitas vezes, é desconhecido do indivíduo. Assim, doenças silenciosas, como o câncer, torna-se um perigo para a sociedade.    Infere-se, portanto, que a automedicação é um problema de saúde pública e deve ser solucionado pelo poder público e pela sociedade civil. Para isso, o Ministério da Saúde deve formar parcerias com ONGs e com a mídia televisiva e, por intermédio de palestras e comerciais explicativos, orientar a população a procurar ajuda profissional em caso de mal estar, e evitar o consumo de remédios sem conhecimento dele e dos sintomas que estão sentindo. Ademais, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de seu caráter regulador, exigir que as farmácias formulem bulas com letras legíveis e acrescentem informações acerca de possíveis reações com destaque nas embalagens. Desse modo, os costumes do período colonial vão poder perpetuar nas próximas gerações de forma consciente e exigente no que se refere a transparência da indústria farmacêutica.