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Enviada em: 01/10/2018

Saramago, em sua obra “Ensaio sobre a cegueira”, reproduz na ficção a falta de visão sobre o outro. De maneira análoga, essa cegueira remete ao estado brasileiro, que age com descaso sobre os perigos da automedicação. Nesse sentido, faz-se necessário analisar como a ineficiência estatal, atrelado com a indicação de remédios por amigos e familiares corroboram com os malefícios da automedicação.  Segundo a Constituição Federal, é proibido a venda livre de medicamentos que não sejam autorizados pelo Ministério da Saúde, no entanto, a cláusula não é efetivada. Isso acontece devido a falta da fiscalização do estado nas farmácias brasileiras, que por consequência, autorizam a compra de remédios não prescritos para determinados incômodos, fazendo com que a busca do lucro das farmácias ultrapasse os valores éticos e morais.  Ademais, outro ponto relevante que corrobora com as causas da automedicação é a indicação de remédios de pessoas não capacitadas para familiares e amigos. Isso decorre, em virtude dos hábitos brasileiros, que para se livrar de quaisquer incômodos buscam alternativas rápidas para a melhora, fazendo com que comprem remédios de venda livre não autorizados pelo Ministério. Entretanto, as pessoas não são conscientizadas do quanto pode ser prejudicial tomar remédios não prescritos, visto que, segundo a Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas a automedicação causa 20.000 mortes anualmente.  Portanto, medidas tornam-se necessárias para obstar essa problemática. O poder Judiciário, acentuará a fiscalização aplicando punições, por exemplo multas, para aqueles que infringirem a lei, comprando ou vendendo medicamentos não autorizados. Outrossim, o MEC em parceria com o ministério da comunicação, deverá convocar médicos para realizar palestras mensalmente nos centros urbanos, com foco nos pais, como intuito de mostrar as consequências e os malefícios da automedicação na saúde humana.