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Enviada em: 03/10/2018

De acordo com Hipócrates, ''O alimento deve ser o único remédio do ser humano''. Entretanto, observa-se que a sociedade atual contradiz esse pressuposto, uma vez que a automedicação é uma realidade que precisa ser combatida. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, é válido analisar o sistema de saúde público e a utilização de medicamentos sem a prescrição médica.       Em primeiro lugar, vale ressaltar que o saturamento dos hospitais públicos representa um entrave para a diminuição da automedicação. Isso ocorre, visto que as longas filas de esperas para marcar consultas, a falta de médicos e a carência de recursos para a saúde faz com que muitos indivíduos desistam de obter o diagnósticos e recomendações médicas. Consequentemente, sem uma orientação adequada e a necessidade de aliviar os sintomas, grande parcela da população se automedica, fator que pode ocasionar complicações, como reações alérgicas e intoxicação. Para ilustrar, segundo o Ministério da Saúde entre 2010 e 2015, a automedicação ocasionou intoxicação em 60 mil brasileiros. Desse modo, nota-se que a persistência desse situação é produto de um sistema de saúde precário.       Em segundo plano, é fundamental pontuar que o uso de fármacos sem prescrição médica é um obstáculo para o desenvolvimento de uma nação mais saudável. Tal circunstância acontece, devido o uso de medicamentos para fins estéticos. Isso advém, sobretudo, da construção dos meios de comunicação de um corpo idealizado, com intuito de vender um estilo de vida inalcançáveis para alguns. Em consequência disso, a busca pelo corpo perfeito proporciona a utilização de remédios sem prescrição, como anabolizantes e fármacos emagrecedores, o que pode causar danos irreversíveis ao organismo, como desregulação do metabolismo, câncer no fígado até mesmo a morte. A prova disso, é o caso do Matheus Ferraz de 23 anos que morreu após a utilização contínua de hormônios sem a devida orientação médica.       Tornam-se evidentes, portanto, os elementos que contribuem com o atual cenário negativo do país e a necessidade de mudanças imediatas. Ao Ministério da Saúde, cabe promover palestras nas escolas e nos ambientes públicos com profissionais da área da saúde, mostrando as consequências da automedicação para o organismo, como intoxicações e alergias, além de fiscalizar a venda de remédios sem prescrição médica, com intuito de diminuir os casos de automedicação e atenuar a compra de remédios para fins estéticos. Por fim, O Ministério do Planejamento em parceria com o Ministério da fazenda (MF) devem, por meio da elaboração de um projeto nacional, melhorar o sistema de saúde, diversificando os setores de consultas e contratando mais médicos, sendo viabilizado pelo MF com a liberação dos recursos financeiros destinado a esse projeto, a fim de reduzir a demora dos hospitais.