Materiais:
Enviada em: 04/10/2018

A partir da Revolução Industrial no século XVIII, o trabalho foi se tornando uma mercadoria. Já na contemporaneidade, se estabelece como uma atividade compulsiva, incessante e necessária para a sobrevivência ao sistema capitalista. Sendo assim, os mecanismos de desenvolvimento econômico substituiram o crescimento individual, e ainda tiraram do homem o direito de ficar doente, pois a crescente pressão por produtividade e por uma aparência saudável faz com que os indivíduos recusem o seu período de descanso. Com isso, costumam recorrer à automedicação para poderem voltar às suas atividades produtivas o mais rápido possível, o que pode trazer inúmeros riscos às suas saúdes.   Consequência direta do imediatismo, da falta de tempo e da facilidade em se obter informações no mundo contemporâneo, muitas pessoas escolhem não ir ao médico e resolver qualquer problema de saúde sozinhas. Entretanto, os resultados do uso inadequado de alguns medicamentos podem causar efeitos graves como a intoxicação, alergias e até morte. No caso dos antibióticos, o uso abusivo ainda contribui para que as bactérias se tornem resistentes às substâncias que deveriam combatê-las, fazendo surgirem as  chamadas "superbactérias". Ademais, as propagandas nas redes sociais prometendo "pílulas milagrosas" podem iludir e induzir os indivíduos a comprarem remédios falsos ou adulterados.    Além disso, a busca incansável pela perfeição - em especial, estética e intelectual - leva muitos a buscarem drogas sintéticas que estimulam o sistema nervoso central promovendo euforia, emagrecimento e aumentando a concentração e o produtivismo. Drogas inicialmente criadas para pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) como "adderall" e ritalina tem sido muito comuns na rotina de estudantes saudáveis - principalmente universitários - que desejam  simplesmente melhorar seu rendimento, pela necessidade de se formarem e garantirem emprego. A competitividade na sociedade moderna e o uso prolongado desses fármacos pode trazer muito mais prejuízos do que benefícios, incluindo nervosismo, irritabilidade e sintomas de depressão.   Evidencia-se, portanto, que a prescrição médica é fundamental para iniciar qualquer tipo de tratamento de maneira adequada. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde realizar palestras nas escolas e universidades chamando atenção para os danos que podem surgir com a automedicação a fim de combater o hábito de compremeter a saúde individual em busca por um melhor desempenho escolar. Da mesma forma, é dever da mídia incluir alertas mais eficazes nas propagandas de medicamentos com o objetivo de informar o consumidor sobre as substâncias químicas que ele está ingerindo e dismistificar a existência de soluções milagrosas.