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Enviada em: 09/10/2018

É incontrovertível que, no Brasil, a automedicação é um imbróglio hodierno. Nesse contexto, observa-se que o legado cultural dos brasileiros, a insensatez midiática e a ineficácia governamental, formam bases intrínsecas que corroboram a problemática.  Muitos brasileiros praticam a autoprescrição  de forma imprudente, pois consideram que estão agindo de forma prática e correta. Entretanto, segundo dados da Abifarma, essa ação é responsável por cerca de 20 mil mortes no país, desse modo, é perceptível que essa atuação pode causar desde problemas diminutos a consequências imensuráveis, visto que todos os remédios possuem algum efeito colateral. Além disso, segundo a clinica geral Ligia Raquel, a automedicação prejudica o diagnóstico médico, o que pode levar ao agravamento do quadro  e induzir escolhas inadequadas de tratamento. Ademais, tornou-se cultural na população brasileira fazer verdadeiros estoques de fármacos em suas residências, e essas pessoas muita vezes distribuem à um familiar ou amigo crendo que está agindo corretamente, sendo que, como supracitado é uma prática onerosa a população, pondo  vidas em risco.  Outrossim, é permitido a propaganda de medicamentos paliativos e de venda livre, desde que inclua a advertência: "Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado". Contudo, o aviso deve ser ampliado, porque ele ocupa cerca de 2 segundos da peça publicitária, tornando-se incompreensível aos telespectadores. Além do mais, é determinado pela lei que todas as farmácias comportem pelo menos um farmacêutico, pois é estritamente proibido um remédio ser prescrito por um vendedor, porém, tornou-se habitual um balconista receitar a droga, colocando em risco a saúde do cliente. Desse modo, é impreterível que haja uma fiscalização constante, para que cumpra-se a lei. Também, é perceptível que os núcleos educacionais dão importância quase totalmente a formação diplomática dos alunos, em detrimento da conscientização sobre os malefícios da automedicação e de incentivá-lo à difundir o conhecimento adquirido em seu meio social. De forma análoga, segundo Paulo Freyre, patrono da educação brasileira, "o saber sem um cunho social é a maior das futilidades".  Torna-se evidente, portanto, que além das intervenções supracitadas, a questão cultural deve ser combatida frontalmente, para que haja resultados expressivos a longo prazo. Destarte, o Governo Federal, por meio do MEC deve instituir na base comum curricular, aulas de educação acerca dos fármacos, que ressaltem as consequências do consumo indevido, com o fito de que haja um conhecimento mais abrangente sobre o assunto. Somado à campanhas sociais realizadas pelos alunos em conjunto com os pais e professores que atuem nas suas cidades, difundindo a importância do uso responsável de drogas. Desse modo, será formada uma geração "blindada" da problemática.