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Enviada em: 18/10/2018

A Constituição Federal Brasileira de 1988 assegura o direito à saúde e ao bem-estar para todos os cidadãos. No entanto, parcela da sociedade não experimenta esse direito na prática por parte do Estado e se submete à automedicação excessiva. Nesse ínterim, é imprescindível traçar formas de amenizar e, posteriormente erradicar essa problemática do contexto nacional e analisar como a precária situação da saúde pública no Brasil aliada ao desconhecimento social em torno das consequências da automedicação fazem com que esse entrave permaneça existente no Brasil.    Mormente, é crucial apontar a precária condição da saúde pública no Brasil como fator responsável pela temática em debate. Conforme defendeu Zygmunt Bauman em sua célebre obra "Modernidade Lí-quida", algumas instituições - especialmente as estatais - perderam suas funções sociais ao longo do tempo, mas conservaram suas estruturas a qualquer custo e se configuram, hodiernamente, como "ins-tituições zumbis". Atribui-se a esse ideal a situação em que hospitais e postos de saúde do Estado en-contram-se atualmente, ou seja, estão em péssimas condições mas ainda existem, entretanto não são capazes de atender a população de maneira generalizada - em virtude de suas superlotações e ínfimos investimentos. Diante disso, percebe-se que alguns indivíduos - por não conseguirem o acesso à saúde qualitativa - acabam por viabilizarem formas de alcançarem o cuidado à saúde por si próprios, de modo a se automedicarem em excesso e causando danos irreversíveis.     Outrossim, destaca-se o desconhecimento acerca das consequências da automedicação como agen-te também incumbido por esse entrave no país. Embora a Revolução Técnico-Científica tenha promovi-do a universalização do acesso à informação, enorme contingente de brasileiros não usufruem dessa conquista para o bem de si mesmos e são desinformados no que tange aos malefícios da automedi-cação. Desse modo, por não possuírem profundo conhecimento crítico em relação às consequências desse fato social, as pessoas acabam por fazerem com que a automedicação persista e atinja danos alarmantes. Dados da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas apontam que cerca de uma em cada dez mil pessoas morrem todos os anos no Brasil, como vítimas da automedicação.     Urge, portanto, medidas para extinguir a automedicação no Brasil. Para tal, compete ao Ministério da Saúde, em parceria com o Tribunal de Contas da União, garantir direitos vitais, como a saúde de quali-dade, por intermédio de investimentos em instituições públicas de saúde, a fim de que os cidadãos ten-ham o adequado tratamento às suas enfermidades. Ademais, cabe ao Ministério da Saúde fomentar o conhecimento sobre o quão maléfico pode se tornar a automedicação, por meio da promoção de pales-tras com profissionais da saúde, a fim de que a sociedade esteja ciente dos efeitos desse ato fatal.