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Enviada em: 18/10/2018

É notável a presença dos medicamentos no cotidiano dos seres humanos desde a antiguidade, o que pode ser observado no Papiro de Ebers, datado de 1550 a.C., no qual se encontra os primeiros registros da medicina egípcia com fórmulas e conhecimentos de remédios. Baseando-se nessa perspectiva, os medicamentos estão cada vez mais presentes no cotidiano do brasileiro, pois está enraizado na estrutura social o hábito da automedicação, a qual é intensificada com o péssimo sistema de saúde.       Em prévia instância, a medicina brasileira está emersa na medicina curativa, na qual qualquer desconforto é tratado imediatamente através de algum medicamento sem procurar o que provoca o sintoma. Essa prática arraigada no corpo social brasileiro pode ser vista na teoria de Pierre Bourdieu, na qual ele explica a reprodução das estruturas sociais (política, economia, valores) pelos indivíduos de forma inconsciente, assim o costume da automedicação é disseminado silenciosamente. Além disso, devido à ineficiência e à lentidão do sistema de saúde acarreta a procura por fármacos sem a prescrição médica, uma vez que o cotidiano das pessoas está cada vez mais dinâmico e acabam sem tempo para essa atividade. Ademais, também há o receio de ir ao hospital e ter contato com outras doenças.           Em decorrência disso, consoante o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, os medicamentos são os principais causadores de intoxicação em seres humanos no Brasil desde 1994. Por conseguinte, a utilização de drogas de forma independente pode omitir os sintomas de uma doença mais grave, que sem um tratamento efetivo pode agravar o quadro clínico do paciente. Outrossim, o uso indiscriminado de antibiótico sem a recomendação médica pode selecionar espécies de bactérias super-resistentes, as quais pode desencadear uma epidemia sem tratamento eficiente.         Perante as conjunturas sobreditas, é imprescindível a atuação do Estado, na esfera do Ministério da Saúde, aplique mais verba para o sistema de saúde, destinando os recursos para o melhoramento da infraestrutura dos hospitais, como também para o aumento no número de profissionais que atendam a grande demanda. A fim de promover o efetivo acesso à saúde e evitar problemas como a automedicação. Complementarmente, o Ministério da Saúde e a mídia devem congregar forças na realização de publicidade que elucidem a massa sobre os prejuízos provocados pelo uso sem prescrição médica. Além da necessidade da procura de profissionais especializados na saúde, por meio da distribuição de cartilhas educativas, como também vídeos esclarecedores na televisão, nas redes sociais e em ambientes públicos, com o fito de barrar essa prática que enfraquece a saúde brasileira.