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Enviada em: 28/10/2018

Culturalmente e historicamente, observa-se que a automedicação é uma ação natural do homem, haja vista que, quando ainda não existia a medicina, o tratamento era feito por suposições empíricas sobre chás e ervas naturais. Nesse contexto, com o avanço da ciência, o debate sobre os benefícios oriundos da automedicação e como conduzi-la de maneira eficiente no século XXI ascendeu. É fulcral, desse modo, analisar os aspectos que constituem ambas posições referente ao embate.       A priori, convém ressaltar que há uma diferença entre qualquer automedição e aquela feita com responsabilidade. Nesse prisma, é nevrálgico apontar que tomar medicamentos para sintomas considerados inócuos - cólica, dor de cabeça, entre outros - é considerado benéfico para a saúde, contudo, a medicação para sintomas que persistem constituem um perigo para detecção de doenças, uma vez que mascaram o sintomas. Isto é, a própria Constituição Federal de 1988 - promulgada no Governo Sarney - defende que as propagandas de remédios devem informar que o médico deve ser consultado caso os sintomas persistam, ou seja, a automedicação é inevitável, porém deve ser impostos margens para que a ação seja efetiva. É vital, portanto, políticas públicas que informem sobre os limites da automedicação benéfica.       Outrossim, em uma análise extensiva, infere-se que, sendo a automedicação a cultura natural do ser humano, é preciso direcionar a ação para que não cause malefícios ao indivíduo. Sob essa ótica, é mister apontar que, segundo o teórico austríaco Ludwig Von Mises, a ação humana é a resposta do ser aos estímulos e ao meio, logo, para tornar a ação correta é preciso garantir as influencias e os estímulos certos. É primordial, por isso, o papel da educação sobre os fármacos para que a sociedade seja devidamente instruída sobre o uso adequado, ou melhor, tornar a automedicação uma ação eficaz para a saúde. Nota-se, por conseguinte, a importância da educação para o impasse.       Compreende-se, pois, que a automedicação responsável é benéfica para a população e é imprescindível orientar sobre a temática. Dessarte, urge que o Ministério da Saúde, com apoio do Ministério da Educação e Cultura, elabore, com intuito de instruir a população, um programa de educação farmacológica que informará, tanto a população jovem, quanto a população adulta, por meio de cartilhas e cartazes nas escolas com informações sobre a automedicação em vocabulário adequado ao ambiente escolar e mediante campanha em rede de TV aberta com especialistas e com dicas de como fazer o uso adequado dos remédios. Com isso, a automedicação tornar-se-á uma ação natural benéfica  e adequada a situação tecnológico-medicinal do século XXI.