Materiais:
Enviada em: 28/10/2018

De um lado, a indústria farmacêutica, do outro, o grande número de doenças espalhadas pelo mundo e, no meio deste "fogo cruzado", estão pessoas doentes em busca imediata de medicamentos. Nesse cenário, não só as filas do SUS, mas também a falta de busca por informações sobre o remédio por parte da população agrava, ainda mais, o problema da automedicação. Logo, é imperativo construir uma ação conjunta entre poder público e sociedade visando frear esse crescimento.   Inicialmente é fundamental notabilizar a ineficiência do Sistema Único de Saúde - SUS - como uma das raízes desse problema. Apesar da Declaração Universal dos Diteiros Humanos garantir, em seu artigo 25, o direito à saúde, sua finalidade encontra obstáculos, uma vez que grande parte dos brasileiros que necessitam de assistência médica pelo SUS acabam esperando muito por uma consulta, devido as enormes filas para conseguir atendimento. Nesse contexto, por falta de subsídios suficientes direcionados à saúde por parte do Estado, àqueles que estão doentes, no desespero para sanar a dor, acabam indo diretamente às farmácias em busca de remédios. Vê-se, pois, a ineficiência governamental em cumprir prerrogativas legais que assegurem a saúde da população.         Auguste Comte, um dos fundadores da Sociologia, afirmou que o homem está em constante processo de evolução. Entretanto, do ponto de vista social, hoje, essa evolução ainda é retrógrada, haja vista que muitas pessoas que se automedicam não procuram saber informações, as quais estão contidas nas bulas, sobre os possíveis efeitos dos remédios no organismo, o que está causando um alto número de intoxicação na população. Prova disso é que segundo dados do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas - SINITOX - cerca de um terço dos casos de intoxicação do país é causado por automedicação. Assim sendo, a percepção por parte dos consumidores de que ler a bula também é importante, evitaria muitos casos de automedicação com seus efeitos colaterais.   Para resolver essa adversidade, o Estado, através do Ministério da Saúde, deve urgentemente, por meio de subsídios governamentais, melhorar a estrutura e ampliar os atendimentos médicos pelo SUS, de modo a evitar grandes filas para a consulta. Ademais, as emissoras de TV aberta, com propósitos educativos bem definidos, deve inserir nas tramas e enredos de suas novelas e minisséries a importância da busca por informações sobre os remédios, mostrando os perigos da automedicação, aproveitando-se do fato de que os segmentos sociais se informam melhor e discutem a temática pautada por essas produções. Tomando essas medidas, àqueles que estão no "fogo cruzado" da automedicação evitarão esse mal.