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Enviada em: 30/10/2018

A automedicação é uma prática intrínseca na sociedade brasileira visto que os povos nativos do país já utilizavam tal técnica, que consistia no uso de plantas com propriedades medicinais a fim de aliviar sintomas de diversas enfermidades. Entretanto, com o avanço da indústria farmacêutica e com o desenvolvimento de medicamentos com variadas composições químicas utilizados por meio de uso controlado, a prática da automedicação se tornou perigosa, já que tem sido responsável pelo aumento do número de microorganismos resistentes à medicação bem como pelo elevado número de óbitos decorrente da ingestão de medicamentos sem prescrição médica.    É importante pontuar, de início, que o desenvolvimento de fármacos foi de grande relevância à melhoria da saúde humana, auxiliando no combate de diversas doenças e seus sintomas. Contudo, a automedicação, prática observada com relativa frequência na sociedade contemporânea, tem retardado os avanços da indústria farmacêutica. Isso se deve ao fato de que a ingestão de remédios sem a devida indicação médica tem contribuído para o aumento de agentes responsáveis por patologias humanas, principalmente bactérias, que, segundo dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), já possuía, em 2012, cerca de 10.000 espécies resistentes.     Além disso, outro problema que circunda a automedicação é o considerável aumento no número de óbitos decorrentes de medicações inadequadas. Tal fato pode ser evidenciado por dados do Ministério da Saúde que apontam cerca de 3000 mortes, em 2015, provenientes do uso de medicamentos sem prescrição médica. Isso decorre, principalmente, pelas altas dosagens ingeridas, acarretando o óbito por overdose. Outrossim, a ingestão de determinados fármacos sem recomendação profissional também é responsável por diversas reações no organismo humano que, ao encontrar quaisquer tipo de intolerância a determinado composto, pode levar ao óbito.    Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de se combater a prática da automedicação na sociedade brasileira. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Saúde, a fim de abranger todas as faixas etárias, invista em campanhas que conscientize a população acerca dos riscos da auto medicação por meio de cartilhas  e palestras em escolas, com vocabulário adequado ao ambiente escolar e, com o auxílio da mídia, trabalhe na divulgação de tais companhas em televisão e redes sociais, obtendo uma abrangência nacional, formando, desse modo, uma sociedade mais consciente e, consequentemente, mais saudável.