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Enviada em: 31/10/2018

Na obra literária "Ensaios sobre a cegueira", de José Saramago, as personagens são remetidas gradualmente pela "cegueira branca". Atualmente, na sociedade contemporânea, essa cegueira pode representar o quanto as pessoas tornam-se cegas moralmente, expressando, assim, a desatenção com a automedicação dos brasileiros, uma vez que a persistência desse quadro é alarmante; ocasionando um gigantesco contratempo diante da resolução dessa adversidade "invisível" perante essa cegueira. Esse contexto está inerentemente coeso à realidade, seja pelos atavismos históricos, que atuam como catalisadores para às demandas de intervenções a frente dessa mazela social. A priori, é primordial ressaltar que os costumes acrônicos configuram-se como desafios para a resolução desse transtorno social. Nesse cenário, a busca por informações sobre enfermidades e  a prática da automedicação através de meios inviáveis é, até para os olhares pouco atentos, uma das chagas mais caóticas atuais no Brasil. Realmente, essa circunstância está enraizada na rotina da sociedade brasileira, visto que é recorrente propagandas com frases de alerta, como: "Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado", grifando, assim, o mau hábito coletivo. Diante do exposto, o Instituto da Pesquisa Hibou relata que 90% da população pratica esse costume. Outrossim, a zona de conforto articula como outro empecilho para a construção de um corpo social consciente. Nesse contexto, a consciência social caminha em direção ao retrocesso se opondo ao "Ídolo da Caverna", no qual defende que noções ultrapassadas devem ser evitadas, no livro "Norum Organum"; noções essa, como a de que um remédio pode servir para diversos sintomas. Assim, a pertinência da zona de conforto de pesquisas virtuais e de se automedicar é, de fato, uma ameça a saúde. Portanto, conclui-se que obstinar-se com essas tradições é totalmente antagônico à estabilidade de uma consciência coletiva. Imediatamente, é imprescindível que o Ministério da Saúde em parceria com veículos midiáticos, se disponham a elaborar propagandas informativas em horários que tenha um número significativo de audiência, que exponha os riscos à saúde humana frente a automedicação. Além disso, cartilhas didáticas e palestras instrutivas devem ser promovidas pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação, em escolas públicas e privadas, no ensino fundamental e médio, através de profissionais da área -médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem- a fim de reeducar e revolucionar o pensamento e hábitos. Essa intervenção possuirá como finalidade a reconstrução de uma sociedade consciente e, acima de tudo, prevenida, assim, as questões referentes a automedicação no brasil, reduzir-se-á gradativamente.