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Enviada em: 31/10/2018

Definida como o uso de medicamentos sem nenhuma intervenção por parte de um médico, ou outro profissional habilitado, nem no diagnóstico, nem na prescrição; a automedicação não é um problema restrito à atualidade. Durante o Período Colonial, os boticários, pessoas sem nenhuma base cientifica, eram encarregados de cuidar da saúde da  população. Hodiernamente, tais praticas errôneas são consideradas normais pela população devido a fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos, os quais  devem ser avaliados no processo de promoção do uso racional de medicamentos.    Em primeira análise, é válido pontuar que  a facilidade de acesso a medicamentos é um dos principais responsáveis por essa problemática. Sob esse viés verifica-se que devido ao número elevado de farmácias, além da venda indiscriminada por parte delas, e, ainda, à facilidade de acesso a tecnologia - como a World Wide Web - muitas pessoas aproveitam esse cenário para criação de autodiagnósticos - através da consulta ao Google sobre determinados sintomas- os quais, na maior parte das vezes, são errôneos e perigosos. Por consequência disso, pode haver a proliferação de superbactérias , resistentes a antibióticos, podendo ocasionar, inclusive, a morte do individuo.    Outrossim, as propagandas midiáticas podem contribuir negativamente para a persistência desse impasse. Isso acontece porque os anúncios  geralmente enfatizam os benefícios e minimizam as possíveis reações adversas e outros riscos. Neste contexto, a propaganda transmite uma visão inofensiva do produto para o público leigo, tornando-se necessário maior informação aos indivíduos, para que os mesmos tenham conhecimento dos problemas que a automedicação pode vir a causar se não adotada adequadamente. Por consequência disso, segunda dados da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) a automedicação é responsável por cerca de 20 mil mortes anualmente no país.     Portanto, faz-se necessário uma tomada de medidas para obstaculizar o problema da automedicação. Urge que a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) fiscalize as farmácias com mais rigorosidade, punindo adequadamente quem desrespeita as leis a fim de dificultar a compra de medicamentos sem prescrição medica. Além disso, o governo deve restringir certos tipos de publicidade ou dar uma ênfase aos efeitos com a finalidade de diminuir os índices de mortes ocasionadas por tal prática. Outrossim, a mídia pode promover maiores campanhas de conscientização da população sobre os riscos da automedicação. Só assim, conforme atesta Darcy Ribeiro, será possível criar o Brasil que queremos.