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Enviada em: 02/11/2018

Desvalorização da própria saúde    Intoxicação. Dependência. Reações alérgicas. Esses são alguns dos efeitos colaterais da automedicação, uso de medicamentos por conta própria. Dentro dessa perspectiva, a precariedade do sistema público de saúde brasileiro é a principal geradora desse problema. Atrelado a isso, é perceptível o crescimento do “Dr.Google” nos últimos anos, seja para um diagnóstico ou para um tratamento. Dessa forma, para acabar com tal cultura, faz-se necessária parceria entre governo e mídia.      A partir do levantamento de pesquisas, nota-se que a automedicação é uma prática muito comum em mais de 90% da população brasileira, segundo dados do Instituto de Pesquisa Hibou. Sob essa ótica, é importante frisar que tal prática é proveniente de uma cultura enraizada, já que, desde o início do desenvolvimento farmacêutico no Brasil, os espaços de compra de remédios possuem venda livre, o que facilita até os dias atuais a compra indevida de remédios. No decorrer do tempo, ocorreram mudanças de fiscalização do que saí das farmácias, porém as medidas não se mostraram suficientes, visto que mais problemas não sanados pelo setor de saúde corroboram para a problemática.       É válido destacar, ainda, que na ficção não é diferente. A exemplo disso é a série de TV norte-americana “Dr. House”, o personagem Dr. Gregory House elabora diversos diagnósticos em que o uso inadequado de medicamentos agravou a doença de pacientes ou até mesmo criou obstáculos para o prognóstico, e pode facilitar o aumento da resistência de miscroorganismos. Tal acontecimento não está presente na obra televisa apenas, e um grande exemplo disso concentra em terras brasileiras, país em que o sistema de saúde de má qualidade e seu desigual acesso, aliado à falta de fiscalização, favoreceu esse costume.       Portanto, fica claro que, há necessidade de uma parceria entre governo e mídia, na qual essa será responsável por mostrar os efeitos colaterais da automedicação, a fim de deixar as pessoas cientes dos riscos que estão correndo. Ademais, num primeiro momento, o Ministério da Saúde deve elaborar projetos de ampliação nacional, através do fornecimento de mais medicamentos a todas as unidades clínicas públicas, a fim de reverter o quadro escasso de remédios desses espaços, o que a longo prazo, desvinculará a prática de muitos indivíduos irem aos fármacos por conta de pílulas nos centros clínicos. E em parceria com a Anvisa, promover uma maior fiscalização nas farmácias. Logo, pode-se por um fim a tal cultura.