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Enviada em: 04/04/2019

Durante a Segunda Guerra Mundial, o avanço das descobertas científicas proporcionou, além da criação das armas químicas, novos medicamentos para a sociedade. Entretanto, hodiernamente no Brasil, devido ao precário sistema de saúde pública e a comodidade na obtenção de fármacos, a utilização de remédios sem orientação médica, ou seja, a automedicação, tornou-se regular entre os brasileiros e, como resultado, proporcionou impasses sociais. Dessa maneira, faz-se necessária a discussão acerca dos fatores corroborantes para essa situação.        Primeiramente, é incontrovertível que a saúde pública apresenta falhas em sua infraestrutura e carência de profissionais pela falta de investimentos governamentais. Esses fatores proporcionam a incidência crescente na busca por remédios sem prescrição médica por parte da população, assim, 72% dos brasileiros afirmam se automedicar, como aponta a pesquisa realizada em 2016 pelo Instituto de Ciência e Tecnologia de Qualidade (ICTQ). Por consequência, de acordo com o sociólogo Émile Durkheim, o indivíduo é controlado pela a sociedade através dos fatos sociais, analogamente, a automedicação, uma vez que estabelecida como hábito, torna-se normal e até mesmo coercitiva entre os brasileiros. Logo, tanto a falta de investimentos em hospitais como a sociedade corroboram de forma negativa para esse cenário.        Outrossim, a facilidade de aquisição e consulta de determinados remédios pela internet somado ao forte poder de persuasão da mídia, que constantemente incita a sua compra, levam a comodidade e manipulação do indivíduo. Logo, em decorrência desses fatos, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) cerca de 20 mil pessoas morrem por ano vítimas da automedicação, e 33,62% dos casos de intoxicação de acontecem pelo mesmo problema. Tais fatos demonstram como é inegável a preocupação acerca desse hábito, assim, isso se transforma em um caso de saúde pública, que precisa ser tratado como tal pelo Governo.        Portanto, levando em consideração os malefícios da automedicação, é necessário que medidas sejam articuladas. Cabe ao Governo em consonância com o Ministério da Saúde melhorar a infraestrutura dos hospitais e alertar as pessoas sobre os riscos desse hábito, através de investimentos na área da saúde e com programas midiáticos que exponham sobre a automedicação, a fim de minimizar suas nocividades e a compra irregular de remédios. Ademais, é dever do Ministério da Educação propor debates sobre esse assunto, por meio de palestras nas escolas, para que haja a formação de uma futura sociedade com mais senso crítico.