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Enviada em: 10/04/2019

A Constituição Federal de 1988, norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro, assegura a todos a saúde e o bem-estar. Entretanto, o aumento dos casos de consumo de remédios sem orientação médica demonstra que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. Sob esse aspecto, é fundamental analisar o papel de descaso do Estado e suas consequências sobre a cultura da automedicação.   Em primeiro plano, é importante destacar que a ineficiência do sistema de saúde impulsionam a problemática. A esse respeito, o Sociólogo Zygmunt Bauman afirma em ''modernidade líquida'', que algumas instituições, dentre elas - o Estado - perderam sua função social, mas conservaram sua forma a qualquer custo e se configuram 'instituições zumbis''. Essa metáfora foi proposta por Bauman serve para mostrar que algumas instituições públicas como o SUS, são incapazes de delegar a população a solução de problemas. Como resultado, estes acabam recorrendo sem discernimento a medicamentos nos quais ocasionam danos ao organismo em prescrições equivocadas.    Outro ponto relevante, no que concerte a questão da automedicação, são as consequências pelo uso inconsciente de antibióticos. Segundo a Teoria Neodarwinista, está prática é capaz de perpetuar a seleção natural de bactérias mais adaptas, além de alterar seu material genético de forma que sua resistência no meio aumente, dificultando ainda mais o tratamento de doenças. Dessa forma, enquanto se mantiver a cultura da automedicação, o Brasil terá que conviver com um dos mais graves problemas para a saúde do indivíduos: as superbactérias.   Infere-se, portanto, que a cultura da automedicação deve ser revertida, por isso medidas cabíveis devem ser implementadas. Sob esse viés, é preciso que o Ministério da Saúde, em parceira com a mídia, veicule em horário nobre, ficções engajas nas quais abordem a cultura da automedicação de forma impactante, além de descrever suas principais consequências ao organismo. Espera-se, com isso, um maior consentimento da população a respeito do uso de medicamentos e seus reais resultados, inviabilizando o consumo instintivo de fármacos. Para que assim, o direito ao bem-estar e a saúde seja assegurado como prevê a constituição de 1988.