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Enviada em: 19/04/2019

Na obra “História Geral da Medicina Brasileira”, Santos Filho descreve práticas médicas indígenas no brasil do século XVI. À época, a população compreendia as doenças e enfermidades como um castigo religioso e, conta disso, utilizavam métodos indutivos e xamânicos para se automedicarem. Hodiernamente, é fato que existem entre a cultura médica indígena e à prática de automedicação comumente utilizada pela população brasileira.        Dessa forma, é amplamente necessário discutir acerca dessa problemática, a fim de ser devidamente compreendida e esclarecida. De acordo com dados divulgados pelo Conselho Federal de Medicina em 2017, cerca de 60 mil pessoas são diagnosticadas, anualmente, com intoxicação ou patologias derivadas do mau uso de fármacos. Ademais, desse mesmo número, aproximadamente 47% dizem seguir indicações embasadas em conhecimentos hereditários, redes sociais e ate mesmo conhecimentos empíricos. Sob essa perspectiva, é perceptível que o advento social é uma figura essencial no que se refere à persistência da automedicação no aparato social brasileiro.        Por consequência, presencia-se um grande distanciamento entre médico e paciente, o que é caracterizado como um dos principais empecilhos referentes à problemática no Brasil. Sob a ótica do pensador alemão Arthur Schopenhauer que define que o “campo de visão de um homem está definido pelo seu entendimento acerca do que o cerca”. Consoante à teoria do sociólogo, é possível estabelecer relações atuais acerca do problema: usuários do sistema de saúde brasileira se sentem cada vez menos informados e respaldados acerca do que os aflige, como notado pelo Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas (Sintox), em pesquisa realizada em 2015.       É evidente, portanto, que há entraves para que as consequências da automedicação no Brasil sejam solucionadas. Para a conscientização da população brasileira acerca do papel do medicamento no organismo, faz-se necessário que o Ministério da Saúde, em parceria com redes públicas de televisão, realize campanhas didáticas e publicitárias acerca do funcionamento biológico de analgésicos, antibióticos e analgésicos em diferentes pessoas. Outrossim, é mister que, por intermédio de debates e palestras voltadas à antropologia, médicos sejam instruídos e direcionados a terem um trabalho mais social e didático para com o paciente, com o fito de diminuir a atual distância social entre médico-paciente. Dessa forma, gradualmente, será possível desvincular o campo de visão brasileiro atual de sua origem nativa e, por conseguinte, diminuir as consequências da automedicação na sociedade brasileira.