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Enviada em: 30/04/2019

A automedicação é uma prática comum atualmente, tendo em vista que, de acordo com o Instituto da Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), mais de 60% da população mundial a executa. Por unanimidade, o Brasil é campeão nesse sentido, onde 75% dos indivíduos praticam-na. Sendo essa ação extremamente dúbia, ela apresenta lados antagônicos em relação tanto aos benefícios, quanto às vantagens, tornando-se necessária a análise ímpar de suas implicações e seus efeitos na sociedade hodierna, para que se compreenda o porquê de seu debate.         Em primeiro plano, observam-se os efeitos benéficos da automedicação. Segundo Thomas Frist, médico e fundador da empresa Hospital Corporation of America (HCA), exercer essa praxe de modo responsável é vantajoso ao  sistema de saúde, pois em diversos casos tênues, os indivíduos apresentam melhoras por meio desse hábito. Assim, diminui-se o expressivo número de pessoas necessitadas de assistência nos hospitais - o que é bastante eficiente no Brasil - devido ao precário sistema de saúde pública no país, como foi documentado pelo programa ''A Liga'' em 2013. Essa realidade influi diretamente na automedicação, porque ao se deparar com um sistema de saúde ineficaz, os indivíduos sentem-se autossuficientes, acumulam medicamentos em casa e não procuram os postos de saúde quando necessitam.        Em segundo plano, destacam-se suas implicações negativas. A automedicação é alarmante quando realizada com irresponsabilidade. Por isso, ao se misturarem remédios ou os ingerir em doses desreguladas, as consequências são variadas, como alergias, intoxicações e, em casos mais graves, a morte. Concomitante a isso, em um episódio da série ''Chicago Med'', uma mulher, ao sentir fortes dores de cabeça, apenas misturou os analgésicos, cujos efeitos eram contrários - o que a causou intoxicação e, em seguida, seu falecimento. Esse acontecimento não é apenas ficcional, visto que, a automedicação resulta em 30% de mortes anualmente, conforme constatou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na série, a personagem teria evitado sua morte apenas ao ler a bula dos remédios; por conseguinte, é importante salientar que, faz-se necessária a sua utilização correta.              Infere-se, portanto, que a fim de se destacar os efeitos positivos da automedicação e, assolar seu lado antagônico - com implicações insatisfatórias - torna-se mister o uso inteligente desse âmbito. Logo, visando-se fomentar o debate e auferir seus benefícios, urge a necessidade da criação de campanhas viabilizadas pelo Ministério da Saúde, através da cessão de verbas governamentais, para ensinar a  população como exercê-la com responsabilidade e, paralelamente, diminuir-se os casos funestos, para que não aconteça a mesma situação que ocorreu em Chicago Med.