Materiais:
Enviada em: 08/05/2019

Augusto dos Anjos, poeta brasileiro, reiterava que: ‘’Profundissimamente hipocondríaco, este ambiente me causa repugnância. Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia que se escapa da boca de um cardíaco’’ a ‘’mania’’ de muitos cidadãos em obter doenças constantes. Nesse sentido, congênere ao fragmento poético, os malefícios advindos da automedicação, como a negligência correlacionada em constantes medicações sem prescrições, somados à falta de fiscalização pública em tal questão, são reflexos proeminentes da sociedade brasiliense. Em primeira instância, com a ascensão da pós modernidade, o contingente populacional presencia dificuldades, de poderio público, ao que remete o caos em direitos de saúde pública. Por conseguinte, as contínuas esperas em filas e atendimentos mal auxiliados corroboram para as buscas por assistências eficazes, como farmácias e laboratórios, que vendem medicamentos sem receitas, pois, é mais ‘’fácil enfrentar uma drogaria do que o SUS. ’’ Seguidamente, essa procura por automedicação desenfreada e não fiscalizada, acarreta os perigos contínuos de remédios anabólicos e hormonais, como também acesso a remédios de problemas psicológicos que, além dos riscos pode, em boa parte, agravar o caso e mascarar doenças severas, como nas taxas detectadas do Ministério da Saúde, em que a auto-resistência bacteriana é acrescida em 53% da população ao uso sem controle de tratamentos inadequados. Ainda convém lembrar que o ‘’tabu’’ da comunidade brasileira, maiormente em influência ao não restrangimento, acentua ao abuso de autoprescrição. Isso, consoante ao pensamento de Walter Franco: ‘’eternamente, é ter na mente, ternamente, eternamente, éter na mente’’ que designa a representação contemporânea, porque demonstra a ‘’cultura’’ perseverante de muitos profissionais viciados em morfina, como o composto éter que abrange substâncias que quando inaladas anestesiam o corpo e pode provocar overdose e dependência química. Destarte, essa conjuntura social é preocupante quanto às propagações midiáticas de que, muitos medicamentos de poucos desfrutos pessoais oferecerão ‘’prazeres’’ hodiernos com o consumo, revelando, no entanto, a alarmante ação em voga do incentivo em automedicação. Levando em consideração os aspectos fundamentados, é indubitável, portanto, que o impasse dos perigos de se automedicar requer intervenção. Logo, é preterível que Procuradorias Federais, juntamente com o Ministério da Saúde, possam elaborar projetos de ampliação nacional, por meio do fornecimento de medicamentos a todas as unidades públicas, com a finalidade de reverter a escasses de remédios e a busca clandestina, o que em longo prazo, desvinculará a venda sem prescrições, além de que possa fiscalizar em visitas semanais os laboratórios ‘’mais viáveis’’ de medicamentos, criminalizando em multas estas ações, e assentindo que propagandas televisivas, possam presidir de auxílio médico eficaz e austero, com o intuito de decrescer os índices perigosos de consumo de fármacos livres. Somente assim, será possível construir uma sociedade apta para reverter o legado de Augusto sobre a hipocondria.