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Enviada em: 04/06/2019

O autocuidado, cultura enaltecida pelos gregos, refere-se ao cuidado do próprio corpo sem a necessidade de outrem, visando a prevenção de enfermidades. Contudo, na atualidade, a prática de valorização do organismo tem sido confundida com a automedicação, uso de remédios sem orientação profissional, e essa conduta causa sérios impactos ao sistema corporal. No cenário brasileiro, a falta de informações sobre a ação dos fármacos no sistema físico e a dificuldade de acesso à saúde pública são barreiras para pôr fim ao consumo desorientado de medicamentos.    Em primeira análise, é preciso considerar que a população não tem conhecimento dos impactos e consequências dos remédios usados no próprio corpo. Segundo o filósofo iluminista, Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Dentro dessa perspectiva, a falta de abordagem escolar quanto a ação dos medicamentos e as consequências de seu uso indiscriminado, como a resistência bacteriana e a intoxicação, gera uma população inconsciente dos riscos contidos no uso incorreto dos fármacos.    Além disso, a dificuldade em conseguir consultas e acesso aos profissionais da saúde faz com que o povo recorre à automedicação. Conforme retratado na obra do pensador Gilberto Dimenstein,no Brasil, o povo é detentor de vários direitos, porém, esses não são aplicados no cotidiano da população, sendo existentes somente na constituição. Desse modo, o cuidado médico, mesmo resguardado legislativamente, ainda não é uma realidade de toda nação, e por isso, os indivíduos permanecem usando medicamentos sem orientação.    Portanto, mudanças são necessárias para implementar o autocuidado de maneira eficiente e correta no território nacional. Para isso, o Ministério da saúde, em conjunto com o Ministério da Educação, devem acabar com a cultura do uso indiscriminado de remédios pela população, tendo em vista a nocividade dessa conduta ao organismo dos indivíduos, por meio de palestras em escolas na presença de médicos e farmacêuticos e de maiores investimentos em saúde pública, a fim de conscientizar os cidadãos a respeito do consumo de medicamentos e garantir a todos o acesso à orientação.