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Enviada em: 19/06/2019

Desde o início da colonização brasileira, cultiva-se a prática de consumir fármacos e remédios caseiros sem embasamento científico, apenas através de indicações de vizinhos e amigos ou mesmo por iniciativa própria. Hodiernamente, o hábito de automedicação constitui um problema grave que precisa ser solucionado. Todavia, fatores como a precariedade do sistema de saúde público e o comércio indevido de medicamentos impedem a superação dessa adversidade.  Primeiramente, há de se considerar a dificuldade de acesso à saúde no Brasil. A morosidade das filas e a infraestrutura sucateada dos hospitais levam os indivíduos a verem a automedicação como a solução mais rápida e fácil. Assim, as intoxicações constituem as primeiras consequências dessa prática, a longo prazo podendo ocorrer o desenvolvimento das chamadas superbactérias: seres unicelulares resistentes que foram selecionadas em virtude do uso indevido de antibióticos.  É necessário salientar, ainda, o comércio de medicamentos sem prontuário médico como impulsionador da problemática. Desse modo, muitas farmácias, com o objetivo de lucrar, transgridem a lei e se tornam verdadeiras fontes para o consumo inadequado de fármacos. De acordo com o site Inovafarma, em 2015, a estimativa é de que mais de um bilhão de remédios sem prescrição tenham sido vendidos, o equivalente a 30% das vendas nas farmácias brasileiras.  Destarte, é necessário que o Ministério da Saúde, em parceria com as prefeituras, aumente a cobertura e a qualidade dos serviços nas unidades municipais do SUS, visando diminuir a saturação dos hospitais nas grandes cidades. Outrossim, a Anvisa deve fiscalizar as farmácias com mais rigorosidade e frequência, aplicando multas de maior valor para os estabelecimentos que desrespeitarem a lei. Assim, a saúde dos cidadãos poderá ser garantida através de métodos seguros e eficientes.