Materiais:
Enviada em: 11/07/2019

A empresa alemã Bayer ficou conhecida por vender remédios farmacêuticos para tratamento de doenças relacionadas ao uso de agrotóxicos por ela mesma produzida. No entanto, esse paradoxo entre causa e tratamento da doença não é exclusivo da empresa alemã, pelo contrário, se estende por quase toda indústria farmacêutica, em que os mesmos remédios que tratam algumas doenças são os causadores de outras patologias. Nesse sentido, o uso indiscriminado de remédios por meio de autoprescrições pode apresentar efeitos colaterais maléficos a saúde. Dessa forma, a automedicação se apresenta como um problema devido não só a exagerada propaganda farmacêutica que induz a compra desnecessária de remédios, mas também pela falta de acesso à saúde pública por parte dos brasileiros.   Em primeiro lugar, as intensivas propagandas realizadas pela indústria farmacêutica aos pacientes promovem o aumento das automedicações. Isso pode ser verificado através do site “Infográficos Estadão”, que ressalta a liderança da indústria farmacêutica nos gastos em publicidade. Desse modo, as propagandas farmacêuticas induzem os pacientes a comprarem remédios por conta própria, visto que nas propagandas as empresas fazem promessas de curas milagrosas e se apresentam como uma solução prática para os problemas de saúde dos possíveis clientes.   Por conseguinte, a indústria farmacêutica ocupa a lacuna deixada pela saúde pública no Brasil. Isso pode ser exemplificado na reportagem do Uol em que é destacado os graves problemas do SUS, sendo dois deles a demora para marcar consultas e a falta de remédios. Desse modo, as empresas de remédios oferecem para as “vítimas” do SUS, alternativas práticas e de curtos prazos. No entanto, a auto medicação ocasionada pela crise da saúde pública traz graves problemas para o sistema de saúde com gastos futuros derivados do consumo irregular de medicamentos.   Portanto, medidas são necessários para alterar esse cenário. Para que as pessoas não sejam induzidas a comprarem remédios, urge que o Ministério da Saúde e a Anvisa proíbam a propaganda farmacêutica nos meios de comunicação em massa, por exemplo televisão e rádio, por meio da alteração da atual legislação. Além disso, com o intuito de evitar as automedicações é necessário que o Governo Federal promova melhorias na saúde pública do país, mediante a agilização de consultas médicas. Somente assim a população irá diminuir o consumo excessivo de medicamentos por autoprescrições.