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Enviada em: 31/07/2019

No filme ''Terapia de Risco'', a protagonista utiliza medicamentos para tratar ansiedade e depressão. Em consonância com o cinema, no Brasil, a realidade não é diferente, uma vez que a população faz o uso de diversos medicamentos sem prescrição médica. Isso ocorre graças ao ritmo contemporâneo acelerado e a culturalidade da prática.    A priori, é necessário ressaltar que a automedicação é comum, pois para a maioria das pessoas os afazeres consomem boa parte do tempo disponível. Desse modo, automedicar-se passa a ser uma alternativa viável, haja vista o tempo que ir ao consultório médico demanda. A título de ilustração e de acordo com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em 2016, 72% da população entrevistada admitiu fazer uso da prática da automedicação.    Nesse contexto, é importante entender que se automedicar é cultural e a atitude é vista e constatada cotidianamente ao ir até a farmácia, por exemplo, uma vez que segundo o ICTQ, 48% dos balconistas de farmácia prescrevem medicamentos para a população, sem capacitação médica para tal. Por conta dessa facilidade para a automedicação, várias doenças são silenciadas por medicamentos populares sem a devida investigação dos sintomas. Consequentemente, o quadro de saúde de quem possui esse hábito pode ser agravado pelo uso de medicamentos sem prescrição.    Fica claro, portanto, que a automedicação é um problema no Brasil causado pela falta de tempo e intensificado pela cultura. Diante disso, é indispensável que o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde das cidades, responsáveis pela administração da saúde pública na escala federal e municipal,  respectivamente, atuem em conjunto. O Ministério deve selecionar profissionais de saúde inteirados sobre o tema da automedicação, para que eles visitem cidades do país em eventos organizados pelas Secretarias, proferindo palestras. Isso deve ser feito por meio de um incentivo monetário (retirado dos impostos já pagos pelos cidadãos) aos profissionais. Assim, é possível educar a população sobre os riscos da automedicação e evitar que doenças sejam silenciadas por essa prática cotidiana.