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Enviada em: 15/08/2019

Joseph Goebbels foi o Ministro da Propaganda do Terceiro Reich e condutor de um perspicaz jogo de manipulação midiático que gradualmente seduziu os alemães aos ideais nazistas. Essa indução assemelha-se sutilmente à publicidade parcial feita pela indústria farmacêutica acerca de medicamentos consumidos usualmente. Todavia, surge de forma tênue uma desvirtuação do auxílio médico pela população e uma possível consequente piora do quadro clínico, causada por uma errônea automedicação. Logo, é necessária uma análise desse processo que faz pessoas se medicarem sem acompanhamento qualificado.       Segundo o filósofo francês Foucault, as relações de poder existem de forma sutil na sociedade, afetando tacitamente os cidadãos. Congruente a isso, os anúncios de medicamentos podem despertar sorrateiramente uma sensação de autossuficiência médica em um espectador. Isso ocorre porque a facilidade de obter os produtos consonante ao ocultamento dos seus efeitos adversos geram um hábito de compra de drogas aparentemente inofensivas quando surgem sintomas comuns de enfermidades. O problema aflora no momento que essa rotina é internalizada.        Uma vez que um humano esteja induzido inconscientemente ao ato de medicar-se sem assistência adequada, é formada uma probabilidade desse indivíduo se equivocar tanto ao que pode ter ocorrido em seu organismo quanto às medidas a serem tomadas diante da suposição clínica. Visto que remédios são substâncias químicas e não milagrosas, uma variação de dose pode se tornar letal porque haveriam reações inesperadas entre os componentes do fármaco e o corpo do usuário, fazendo da automedicação uma prática perigosa.        Portanto, uma estratégia que previna essa cadeia desastrosa de eventos faz-se substancial. Para isso, o CONAR, em parceria com o Ministério da Saúde, deve estabelecer uma legislação que obrigue as empresas boticárias a exporem os perigos do mal manuseio de suas mercadorias e enfatizarem a importância da orientação de um perito na área em suas divulgações medicamentais. Desse modo, utilizamos as táticas de Goebbels para tornar o Brasil mais consciente e um pouco mais seguro.