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Enviada em: 17/08/2019

Na série "Sob Pressão", exibida pela Rede Globo, é retratado a rotina exaustiva de médicos emergencistas, dentre eles, Evandro, que realiza a automedicação para seus transtornos de ansiedade, por meio de um medicamento tarja preta. De maneira análoga, longe das telas de TV, o uso de medicamentos não prescritos por médicos é um problema mundial. Nesse contexto, as propagandas e os conteúdos existentes na Internet influenciam a população a fazer uso de fármacos sem indicações seguras, fato que gera diversos malefícios que as pessoas não possuem conhecimento.        Em uma primeira análise, é importante destacar que, a automedicação é uma cultura mundial, pois desde os primórdios, índios e curandeiras a realizam. Nesse seguimento, o uso de chás e ervas receitados por esses já aliviaram e salvaram diversos enfermos, todavia se criou um costume negativo de que de médico todos têm um pouco. Na contemporaneidade, propagandas televisivas e diversos sites na Internet influenciam a banalização de muitos remédios paliativos, pois as recomendações de "se persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado", geralmente é colocado com letras minúsculas ou uma voz acelerada, quase incompreensível. Desse modo, países do mundo inteiro são acometidos por essa prática, com destaque para o Brasil, pois de acordo com o Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 76,4% dos brasileiros se automedicam, fato extremamente perigoso.       Nessa mesma perspectiva, a ingestão de remédios não prescritos por profissionais da saúde já geraram mortes e impactos negativos na vida de muitos. Dentro desse contexto, desde 2010, no Brasil, antibióticos não podem ser vendidos sem a apresentação de receita médica, porquanto havia diversas bactérias resistentes devido ao consumo indiscriminado desses fármacos. Logo, canais de informação, como o do médico Drauzio Varella, são essenciais, porque alertam a população sobre os riscos da automedicação, como por exemplo, a gravidez indesejada devido ao uso do anticoncepcional não indicado pelo ginecologista. Diante disso, se torna imprescindível intervenções.       Fica claro, portanto, que as propagandas e as raízes culturais são os principais influenciadores para a prática da compra irresponsável de remédios que geram muitos efeitos negativos. Logo, a ANVISA, principal órgão de controle farmacêutico, deve realizar campanhas informativas sobre remédios, fazendo isso por meio de parcerias com a mídia e incentivos de empresas privadas, para realmente indicar a ida ao médico caso os sintomas persistam, sendo esse o foco principal da propaganda. Ademais, o Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde devem conscientizar a população por meio de workshops em postos de saúde e escolas, para que a automedicação deixe de ser uma cultura e fique somente dentro das telas de TV, como na série "Sob Pressão".