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Enviada em: 19/07/2017

O termo automedicação se refere ao consumo por conta própria de medicamentos, ou seja, sem prescrição médica. Tal prática se torna comum na sociedade brasileira, uma vez que vivendo no século XXI, a era de praticidade e soluções imediatas, passar horas esperando ser atendido em um hospital ou procurar ajuda de um médico não é mais viável. Entretanto, o uso de medicamentos sem orientação de um profissional qualificado traz consigo inúmeros riscos à saúde do indivíduo e, em contrapartida, nunca foi tão incentivado através da atual estrutura econômica.    O uso indevido de fármacos pela população é um problema fortemente arraigado no Brasil e pode causar sérios danos à saúde dos usuários. Na maioria dos casos, a sugestão de um remédio vem de pessoas que já tiveram um quadro clínico ou sintomas parecidos, contudo, cada organismo reage de forma diferente podendo ocorrer reação alérgica, dependência química, agravar doenças ou intoxicações. Nessa linha de raciocínio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que as reações adversas a medicamentos representam mais de 10% das internações hospitalares, ademais, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) o principal agente tóxico no Brasil são os remédios, responsáveis por 28% dos casos de intoxicação humana no país.    Abordando outra vertente, um dos principais culpados por dados gritantes referentes à automedicação é, sem dúvida, o modelo capitalista. Esse sistema faz com que as empresas de diversos setores busquem sempre o lucro por meio do consumo da população, sendo assim, a indústria farmacêutica estimula a compra de medicamentos, através da publicidade, para se manter nos moldes capitalistas. Tal ato afeta diretamente a saúde da sociedade, como já foi divulgado em uma pesquisa da Fundação Procon-SP revelando que 63,33% dos entrevistados acreditam que podem tomar remédios por conta própria baseados nos anúncios dos produtos.    Diante desse conjuntura, medidas devem ser tomadas para impedir a automedicação e todos os elementos que a induzem. Em escala governamental é cabível uma rígida fiscalização nos pontos de vendas dos remédios, uma vez que o que acontece lá é um fator importante no controle do uso irrestrito de medicações. Junto a isso, cabe ao poder legislativo maior atenção nas leis que se referem à publicidade de fármacos, visando reprimir promessas de desempenhos ´´milagrosos`` e garantir que seja falado a importância da prescrição médica e dos impactos fisiológicos da automedicação no organismo humano. Ademais, cabe às indústrias farmacêuticas assegurar que a saúde não se torne um bem de consumo, zelando por seus clientes que a procuram e e não interesses próprios. Por fim, consultórios devem tentar evitar causar longas filas de espera, afinal, quem tem dor tem pressa.