Materiais:
Enviada em: 24/07/2017

O adolescente, ao encontrar em um fórum na internet testemunhos de sintomas semelhantes, vai à farmácia e compra o medicamento anteriormente recomendado pelos usuários da web. A diretora, ao ver a aparente dor de cabeça, fornece os remédios guardados na sua bolsa à aluna doente. O cenário nos leva a uma grave e importante discussão: a automedicação no século XXI.       Fatores socioeconômicos influenciam diretamente o uso desnorteado da medicação. Para um enfermo, carente de informações acerca do perigoso hábito de se automedicar, é mais conveniente receber o remédio indicado pelo seu vizinho, do que enfrentar a dificuldade de locomoção, a superlotação e a incerteza de atendimento médico no posto de saúde. Ademais, propagandas farmacêuticas que veiculam frases sensacionalistas como “tomou, passou”, agravam ainda mais a situação.      Destarte, o remédio que inúmeras vezes é popularmente classificado como “se não fizer bem, mal não faz”, deve ser usado sob orientação médica, tendo em vista os sérios problemas para saúde do próprio utilizador ao, por exemplo, desenvolver bactérias resistentes a antibióticos, as chamadas superbactérias, devido ao uso indiscriminado desses. Nesse sentido, a Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) divulgou dados que mostram que a prática é responsável por cerca de 20 mil mortes por ano no Brasil, o que é reflexo desse contexto.     Urge, portanto, que a automedicação e suas consequências sejam diminuídas. Para tanto, o Ministério da Saúde, deve promover campanhas de atendimento médico domiciliar, como forma de diminuir o hábito de se automedicar sem orientação médica; a ANVISA deve exigir a presença de alertas ilustrados nas bulas de todos os remédios, como forma de conscientizar os consumidores; ONGs devem, por sua vez, ajudar a combater o problema através da promoção de palestras para alertar a população sobre os riscos. Em conjunto, assim, essa prática social será gradativamente minimizada.