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Enviada em: 06/08/2017

Na conjuntura social brasileira, nota-se que, segundo pesquisas do G1, cerca de 90% da população "prescreve" sua própria medicação sem nenhuma orientação médica. Um dos maiores ativistas do século XIX, Mahatma Gandhi, disse que a "saúde é o resultado não só de nossos atos, mas também de nossos pensamentos". Essa frase está relacionada, intrinsecamente, com essa problemática, pois é evidente que a maioria dos brasileiros não refletem sobre os impactos da automedicação. Portanto, a dificuldade em conseguir atendimento médico e a venda indiscriminada de medicamentos tornam a automedicação um hábito tão arraigado no cotidiano brasileiro que não há uma reflexão sobre isso.       Segundo pesquisas feitas pela Anvisa, em 2014, com moradores do estado se São Paulo, 85% dos entrevistados não procuram um médico devido à ineficiência do SUS. Por isso, acabam, por conta própria ou pelo auxílio da internet e de profissionais desqualificados, estipulando os malefícios de determinado medicamento à saúde. Tal fato pode mascarar doenças, potencializar a resistência de microrganismos, causar múltiplas reações alérgicas, dependência química e, em alguns casos extremos, levar à morte.         Em segunda instancia, hoje, o mundo globalizado e a primazia capitalista fazem com que a indústria farmacêutica necessite do lucro, sendo assim, ela passa e estabelecer relações comerciais que acabam alimentando o vício da automedicação. Segundo o levantamento feito pelo ICTQ (Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade), 42% do lucro das principais corporações farmacêuticas do Brasil são provenientes de medicamentos vendidos sem receita médica. Isto é, essa pesquisa reflete que, ao invés de se preocupar com a saúde pública muitos farmacêuticos estão preocupados com o lucro, causando, assim uma venda exagerada de medicamentos.         Em virtude do que foi mencionado fica claro que, para solucionar as questões referentes à automedicação, é preciso promover uma parceria entre o Ministério da Saúde e da Educação com intuito amenizar esse hábito e promover uma discussão sobre seus impactos na saúde pública. Portanto, cabe ao primeiro fazer melhorias - como ampliar o número de postos de saúde - nas condições de atendimento médico e na distribuição de medicamentos para a população; cabe também estabelecer um padrão de fiscalização, com um rigor maior, na comercialização de fármacos. Além disso, cabe às escolas formularem campanhas de saúde pública que orientem a venda de medicamentos com prescrição médica. Afinal, para Gandhi, um mundo saudável é construído por meio da reflexão.