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Enviada em: 15/09/2017

"De médico e louco todo mundo tem um pouco", já diz o ditado popular. E, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas, a expressão, que já se disseminou por todo o país, é mais real do que se imagina. A automedicação está entre os principais problemas do século XXI. Contudo, essa problemática e suas consequências não recebem a devida atenção, parecem estar acobertadas por caixas e mais caixas de remédios vendidos sem prescrição médica. Como colocou o poeta Camões, “É ferida que dói e não se sente”. A agenda apertada e o cenário que busca cada vez mais praticidade e imediatismo são fatores que contribuem muito para a intensificação do problema. Isto é, em meio a tantos compromissos fazer uma visita ao médico não aparenta ser tão necessário. Uma dorzinha aqui, outra acolá, tudo se resolve indo até a drogaria mais próxima e pedindo pelo remédio milagroso que descobriu na internet ou que o fulano indicou. Entretanto, raramente se leva em conta o fato de que cada organismo pode reagir de uma maneira diferente ao mesmo medicamento, podendo trazer desde alergias até complicações seríssimas.   Além disso, no Brasil, devido ao precário sistema de saúde, o atendimento médico pode ser demorado. Dessa forma, muitas pessoas optam por se automedicar ao invés de esperar em uma fila que nunca termina, ou pagar elevados custos em uma consulta particular. Somado a isso, entra também a falha dos profissionais que vendem, com frequência, remédios sem a prescrição necessária. Com um fácil acesso, a propensão a automedicação é significativamente maior.  Sendo assim, é necessário que a Receita Federal forneça as verbas necessárias ao Ministério da Saúde para um atendimento e fiscalização mais rápidos e qualificados. Ademais, é importante que o Ministério da Comunicação veicule, em propagandas e redes sociais, campanhas alertando sobre o risco trazido pela autoprescrição, de maneira a mostrar que uma consulta agora, pode poupar sua vida posteriormente.