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Enviada em: 25/09/2017

Automedicação é o consumo de medicamentos sem prescrição médica ou o aumento da dosagem prescrita por conta. No Brasil, nesse sentido, a cultura da automedicação persiste devido à rapidez característica da sociedade atual e ao estímulo, feito pelas propagandas, à utilização de alguns medicamentos. Nesse contexto, é necessário construir uma ação conjunta entre sociedade e poder público, visando combater a continuidade dessa cultura.             Em primeiro plano, o desejo de combater os sintomas indesejáveis, de forma rápida, sem necessidade de esperar o atendimento médico é, sem dúvida, uma das causas da automedicação. Prova disso é que segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês falecido em janeiro deste ano, a rapidez é a maior marca do cotidiano dos indivíduos pós modernos. Desse modo, os cidadão, movidos pelo afã do dia a dia, acabam optando por comprar medicamentos facilmente acessíveis para atenuar o mal estar, em vez de buscar orientação médica para tratar o problema de saúde.       Em paralelo à questão da celeridade moderna, a propaganda de fármacos, apresentada, frequentemente, por indivíduos conhecidos e amados pelo público, induz a automedicação. Prova disso é que conforme dados do Instituto de Tecnologia Ciência e Qualidade, o ICTQ, quase um terço da população consome remédios por indicação de artistas em propagandas. Essa estatística demonstra claramente que a associação entre duplas sertanejas, por exemplo, com o uso de medicamentos é, no mínimo, questionável e contribui decisivamente para a insistência do problema da automedicação.       A rapidez peculiar da sociedade pós moderna e o apelo indiscriminado das propagandas são, portanto, as principais causas da persistência da cultura da automedicação no país. Para combater esse mal, é necessário que o Conselho Federal de Farmácia divulgue, de forma objetiva, através da mídia e das redes sociais, os riscos da automedicação, com o intuito de estimular as pessoas a realizarem acompanhamento médico antes de ingerir medicamentos. Além disso, cabe a União, após amplo debate na sociedade civil, regulamentar as propagandas de fármacos, sobretudo, aquelas apresentadas por famosos. Desse modo, a continuidade da automedicação  não será mantida.